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MP quer que militares sejam julgados pela 11ª Vara da Comarca de Cuiabá
FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu que o processo sobre o assassinato do advogado Renato Nery, atualmente na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, seja redistribuído à 11ª Vara Criminal e Especializada da Justiça Militar. A solicitação foi feita pelo promotor de Justiça Henrique de Carvalho Pugliesi.
De acordo com o promotor, houve um erro no sistema do TJ que fez com que a ação que envolve Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, todos policiais militares, fosse protocolada na 7ª Vara Criminal. Contudo, esta Vara não teria competência para analisar o caso.
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Os policiais foram denunciados pelo MP por organização criminosa, abuso de autoridade, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e falsidade ideológica.
O bando teria forjado um confronto no Contorno Leste para ocultar a origem da arma utilizada para matar o advogado Renato Nery. No confronto simulado, um homem de 26 anos morreu e dois adolescentes de 16 ficaram feridos.
Conforme o Ministério Público, o assassinato de Renato foi planejado dentro de núcleos. O primeiro núcleo seria o de comando, que era composto por mandantes vinculados aos interesses econômicos contrariados pela vitória judicial da vítima na disputa fundiária.
O segundo núcleo é o de intermediação, que era responsável por estabelecer a ponte entre os mandantes e o executor, negociando valores, repassando ordens e garantindo que as determinações fossem cumpridas.
Há o núcleo operacional, que era encarregado da execução material do crime de homicídio. Por último tem o núcleo de obstrução, montado pelos policiais Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso.
“Eles foram responsáveis especificamente pela ocultação posterior da arma do crime mediante sua inserção em contexto forjado, e por outras ações destinadas a dificultar as investigações”, aponta o Ministério Público.
Além de pedir para que a ação seja redistribuída, o órgão ministerial voltou a pedir a prisão dos militares.
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O caso
Renato foi assassinado no dia 5 de julho de 2024, em frente ao escritório que trabalhava na Avenida Fernado Corrêa, e sete dias depois os policiais teriam forjado o confronto para dar fim a arma usada no crime.
FONTE : ReporterMT