8 de junho de 2025 - 8:19

Pastor da Assembleia de Deus e sua esposa podem pegar 8 anos de prisão em Cuba

Luis Guillermo Borjas, pastor da Assembleia de Deus em Cuba, e sua esposa, Roxana Rojas, foram detidos nesta semana em Nueva Gerona, Isla de la Juventud, após se manifestarem com base em suas crenças religiosas durante uma audiência no tribunal militar de seu filho, Kevin Laureido Rojas.

A informação foi divulgada pela organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), com sede no Reino Unido. Segundo a CSW, os promotores solicitaram uma pena de oito anos de prisão para o casal, que foi acusado de desrespeito e desobediência às autoridades.

O episódio ocorreu depois que o filho do casal fugiu de uma instalação militar, onde havia sido levado à força, apesar de possuir, segundo documentos médicos apresentados pela família, isenção do serviço militar obrigatório devido a transtornos psiquiátricos.

Durante a audiência, os pastores entregaram documentos de uma comissão médica que, de acordo com a CSW, confirmavam a condição do filho. Ao serem acusados pelo promotor de apresentarem provas falsas, o pastor Borjas respondeu: “os oficiais seriam responsabilizados perante a justiça de Deus”. A declaração levou à sua prisão imediata. O promotor alegou que menções a Deus ou à justiça divina não são permitidas em tribunais militares.

Borjas permanece detido em uma delegacia local. Sua esposa, Roxana Rojas, foi hospitalizada após desmaiar na mesma noite. Durante sua internação, ela teria sido abordada por um homem à paisana que se identificou falsamente como enfermeiro, conforme relato da CSW.

O julgamento do casal está agendado para 9 de junho. Ambos são membros da Assembleia de Deus, denominação registrada oficialmente em Cuba.

A CSW pediu a retirada das acusações e a libertação imediata de Borjas, classificando a medida judicial como uma violação de direitos e apelando por pressão internacional sobre o governo cubano.

De acordo com a organização, a liberdade religiosa em Cuba é rigidamente controlada pelo Estado. Apenas instituições religiosas registradas podem funcionar legalmente, e grupos não reconhecidos enfrentam vigilância, restrições ao culto e ao direito de reunião.

Casos semelhantes têm sido registrados nos últimos meses. Em abril, o pastor exilado Alain Toledano Valiente teve negada sua entrada em Cuba para visitar a filha adulta, submetida a uma cirurgia por câncer de mama em estágio avançado. Desde sua saída forçada do país em 2022, ele permanece impedido de retornar. Toledano lidera o Movimento Apostólico, grupo não reconhecido oficialmente.

Em 18 de janeiro, o pastor cubano Lorenzo Rosales Fajardo foi libertado como parte de uma anistia que alcançou 553 presos políticos. Condenado a oito anos de prisão por participar das manifestações de 11 de julho de 2021, ele foi solto antes de cumprir a pena.

A libertação ocorreu após os Estados Unidos retirarem Cuba de uma lista de países sob vigilância por terrorismo, medida que recebeu críticas de parlamentares democratas e republicanos. Esses congressistas alegaram que o regime cubano mantém vínculos com grupos como Hamas e Hezbollah, de acordo com informações do portal The Christian Post.

FONTE : Gospel Mais

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