O padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG), publicou na sexta-feira, 16 de maio de 2025, uma nota em que afirma não realizar batismos ou quaisquer ritos católicos envolvendo bonecas reborn — artefatos hiper-realistas que imitam bebês em aparência, peso e textura.
A declaração foi divulgada em seu perfil oficial no Instagram, que conta com 3,7 milhões de seguidores. Na mensagem, o sacerdote ironizou pedidos recebidos para celebrar sacramentos com as bonecas:
“Não estou realizando batizados para bonecas reborn ‘recém-nascidas’. Nem atendo ‘mães’ de boneca reborn que buscam por catequese. Nem celebrando missa de Primeira Comunhão para crianças reborn. Nem oração de libertação para bebê possuído por um espírito reborn. E, por fim, nem missa de Sétimo Dia para reborn que arriou a bateria”, escreveu.
Na sequência, completou: “Essas situações devem ser encaminhadas ao psicólogo, psiquiatra ou, em último caso, ao fabricante da boneca”.
A publicação repercutiu amplamente nas redes sociais, onde internautas reagiram com comentários irônicos e sátiras. Alguns seguidores afirmaram que o padre poderia ser acusado de “rebornfobia”. Outros mencionaram, em tom de brincadeira, que o caso seria levado ao “conselho tutelar Reborn”. Também houve quem oferecesse serviços de babá para bonecos reborn, aproveitando a visibilidade do tema.
Desde o início de maio, o assunto ganhou destaque na internet após a viralização de vídeos que mostram adultos tratando as bonecas como filhos, com cuidados e rotinas similares às de bebês reais. As publicações geraram debates sobre saúde mental e uso terapêutico dos bonecos, além de críticas dirigidas a pessoas que se identificam como “mães” de reborn.
Projetos de lei propõem restrições
No dia anterior à nota do padre, na quinta-feira, 15 de maio, três projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados com o objetivo de limitar o uso de bonecos hiper-realistas em espaços públicos e serviços destinados a crianças.
Os projetos foram protocolados pelos deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP), Dr. Zacharias Calil (União Brasil-GO) e Rosângela Moro (União Brasil-SP). As propostas tratam de diferentes frentes:
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PL 2.326/2025 – de autoria do deputado Paulo Bilynskyj, propõe a proibição de qualquer tipo de simulação de atendimento clínico a bonecas reborn por profissionais de saúde, tanto do setor público quanto privado;
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PL 2.320/2025 – apresentado por Dr. Zacharias Calil, prevê sanções administrativas para pessoas que utilizarem bonecos reborn com o objetivo de obter benefícios destinados a crianças de colo, como o uso de assentos preferenciais ou atendimento prioritário;
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PL 2.323/2025 – proposto por Rosângela Moro, sugere o acolhimento psicossocial de indivíduos que mantenham vínculos afetivos com bonecos reborn, com o intuito de compreender eventuais implicações emocionais envolvidas.
Os textos ainda não foram pautados para votação e estão em tramitação inicial nas comissões temáticas da Casa, de acordo com informações do Poder 360.
FONTE : Gospel Mais