21 de abril de 2025 - 19:08

Cristã irritou o governo da China por distribuir Bíblias; veja quantos anos ficará presa

Nove cristãos foram condenados na Mongólia Interior, no norte da China, por distribuírem Bíblias publicadas legalmente, mas fora dos canais autorizados pelo governo. As sentenças variam de um a quase cinco anos de prisão, além de multas que chegam a 1 milhão de yuans (aproximadamente US$ 137 mil).

De acordo com o portal Bitter Winter, especializado em liberdade religiosa na Ásia, o Tribunal Distrital de Hohhot Huimin sentenciou os acusados por “operações comerciais ilegais”. A decisão marca o encerramento de um caso judicial amplamente acompanhado desde as prisões ocorridas em abril de 2021.

A pena mais severa foi aplicada a Wang Honglan, que recebeu quatro anos e 10 meses de prisão e multa de ¥1 milhão. Outros dois membros do grupo, Wang Jiale e Liu Minna, foram sentenciados a quatro anos e seis meses de prisão e multados em ¥200 mil cada (cerca de US$ 27.500).

Yang Zhijun recebeu quatro anos e três meses de prisão, além de multa de ¥150.000 (US$ 20.500). Já Ji Heying, Ji Guolong, Zhang Wang e Liu Wei foram condenados a três anos de prisão cada, com multas de ¥20.000 (US$ 2.700). A pena mais curta foi imposta a Li Chao, de um ano de reclusão e multa de ¥5.000 (US$ 685).

Uma das principais figuras do grupo, Ban Yanhong, havia sido condenada separadamente em abril de 2024 a cinco anos de prisão. Tanto Ban quanto Wang Honglan foram identificadas pelas autoridades como líderes do movimento, com histórico anterior de prisões. Wang já havia cumprido cinco anos de detenção e um ano em um campo de trabalho forçado.

As Bíblias distribuídas eram impressas legalmente na cidade de Nanquim, mas o grupo operava por meio de uma igreja doméstica não registrada. Segundo os promotores, mesmo materiais religiosos oficiais tornam-se ilegais se vendidos fora dos canais reconhecidos pelo governo.

Durante o julgamento, os réus argumentaram que não agiam com fins lucrativos. Afirmaram que compraram os exemplares por 95% do valor de capa e os revendiam por apenas 75%, com o objetivo de ampliar o acesso à Bíblia como parte de sua missão evangelística.

A organização International Christian Concern observou que os cristãos recusaram-se a se integrar ao Movimento Patriótico das Três Autonomias — o único órgão protestante autorizado pelo Partido Comunista Chinês. Essa decisão teria motivado a perseguição por parte das autoridades locais.

Cinco dos condenados — Ji Heying, Ji Guolong, Zhang Wang, Liu Wei e Li Chao — já haviam cumprido parte ou totalidade das penas em regime de detenção preventiva até a data do anúncio, que foi comunicado a familiares e membros da igreja no início deste mês. A sentença, no entanto, está formalmente datada de 20 de novembro de 2024.

O caso ocorre em meio a um contexto de endurecimento das medidas contra o cristianismo na China. A partir de 1º de maio de 2025, novas regras proibirão missionários estrangeiros de pregar ou fundar organizações religiosas sem autorização expressa do governo. A legislação foi anunciada como parte de uma suposta estratégia de proteção à segurança nacional.

Segundo a Mission News Network, as normas atualizadas proíbem cidadãos não chineses residentes na China de produzir ou distribuir material religioso, aceitar doações ou angariar seguidores entre a população local.

Pregações só poderão ocorrer se houver convite oficial de instituições religiosas aprovadas pelo Estado, e o conteúdo deverá passar por revisão prévia.

As medidas se inserem em um contexto mais amplo de vigilância sobre as atividades religiosas no país, chamada de sinicização, em linha com a política do Partido Comunista Chinês de reforçar o controle sobre todas as expressões de fé, incluindo aquelas exercidas por igrejas não registradas.

FONTE : Gospel Mais

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