A ONG English Heritage, instituição britânica responsável por administrar mais de 400 locais históricos no Reino Unido, recebeu críticas públicas após distribuir um livreto infantil que descreve a Páscoa como uma celebração pagã da primavera, omitindo suas origens cristãs.
O material, entregue a famílias em pontos turísticos como a Abadia de Whitby, o Castelo de Dover e a Down House, gerou controvérsia ao afirmar que a festividade está relacionada à deusa Eostre.
De acordo com o jornal The Telegraph, o livreto dizia:
“Você sabia que a Páscoa começou como uma celebração da primavera? Há muito tempo, as pessoas celebravam os dias mais quentes e a nova vida homenageando a deusa Eostre, que deu o nome à Páscoa!”
O conteúdo também fazia referência a práticas pagãs, como danças ao redor de fogueiras e a decoração de casas com flores, sem qualquer menção ao significado cristão da data, que comemora a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
Reações e críticas
Visitantes de diferentes perfis religiosos demonstraram preocupação com a ausência de informações sobre o contexto cristão da Páscoa. Phil, identificado como presidente do conselho de diretores de uma escola primária católica em Kent, afirmou que o livreto omitia completamente o cristianismo.
“Foi deixado para mim explicar a meu filho de 7 anos quem era a deusa Eostre e por que isso estava sendo ensinado no lugar da verdadeira história da Páscoa”, declarou Phil ao The Telegraph.
A visitante Julie McNamee, que se identifica como não cristã, também criticou a abordagem do material: “Mesmo que eu não seja cristã, qualquer recurso educativo voltado a crianças deveria ao menos mencionar a história cristã da Páscoa”, afirmou.
O historiador Giles Udy comparou a omissão ao que chamou de uma tendência crescente no Reino Unido de marginalizar o cristianismo em contextos públicos. Segundo ele, iniciativas como essa se assemelham a medidas adotadas por regimes comunistas do século XX.
“Estamos vendo um esforço deliberado para apagar referências cristãs, algo que também ocorreu sob o domínio soviético, onde o Estado promovia o ateísmo militante”, disse Udy.
Resposta da ONG
A English Heritage defendeu-se afirmando que o livreto fazia parte de uma atividade educativa voltada especificamente para crianças, com o objetivo de explorar tradições sazonais em locais históricos.
Em nota, a instituição disse que aborda “diversas tradições culturais e históricas relacionadas à Páscoa” em seus materiais educativos e no conteúdo online.
No site oficial da English Heritage, outros artigos reconhecem explicitamente o significado cristão da Páscoa. Um dos textos afirma que ela é “a data mais importante no calendário religioso desde os primórdios do cristianismo”.
Outro recurso disponível menciona o Sínodo de Whitby, realizado em 664 d.C., como marco histórico na definição da data da celebração pascal na Inglaterra cristã.
Em sua página no Facebook, a ONG também descreve tradições pascais cristãs, incluindo a origem da caça aos ovos de Páscoa no século XVI.
A prática é atribuída ao reformador protestante Martinho Lutero, que teria organizado atividades simbólicas para lembrar a descoberta do túmulo vazio por mulheres na manhã da ressurreição, conforme relatado nos Evangelhos (Marcos 16:1–6).
Contraste entre materiais
Apesar da ampla presença de conteúdos cristãos nas plataformas digitais da instituição, a ausência desses elementos no material distribuído fisicamente gerou descontentamento entre os visitantes.
A divergência entre o livreto infantil e os demais recursos da English Heritage foi apontada como um dos principais fatores da reação negativa do público.
A Páscoa, celebrada neste ano no domingo, 20 de abril de março, é considerada uma das festas mais significativas da fé cristã, comemorada por milhões de pessoas ao redor do mundo, conforme informações do portal The Christian Post.
FONTE : Gospel Mais