16 de abril de 2025 - 7:55

Comunismo: entenda como a China retalia cristãos devido a conflito com os EUA

A escalada de conflitos comerciais entre os Estados Unidos e o China tem reverberado além da economia, impactando iniciativas religiosas no território chinês. Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano anunciou a imposição de tarifas elevadas de 125% sobre produtos chineses, justificando a medida como resposta ao “desrespeito às regras comerciais globais”.

A decisão, divulgada em rede social, intensificou a disputa, levando o governo chinês a retaliar com taxações de 84% sobre bens estadunidenses.

Enquanto os mercados internacionais enfrentam volatilidade, organizações missionárias relatam obstáculos inéditos. A China Partner, entidade cristã norte-americana, destacou que seus missionários tiveram viagens canceladas abruptamente para treinamentos em seminários e igrejas locais.

Erik Burklin, presidente da instituição, revelou em entrevista ao Mission Network News que autoridades chinesas negaram autorizações para a entrada dos grupos:

“Fomos convidados para capacitar líderes em três escolas bíblicas, mas, horas antes do embarque, nossos contatos locais avisaram que o governo não permitiria nossa hospedagem. Nunca havíamos enfrentado uma barreira tão direta”, explicou.

Contexto

Burklin lembrou que desafios políticos não são novidade para a organização, fundada há um século por seus avós. Em 1925, os pioneiros da missão já lidavam com tensões durante seu trabalho na China.

“Após a Segunda Guerra Mundial, Mao Zedong chegou ao poder e todos os estrangeiros foram expulsos pelo regime. Sabemos que a história se repete, mas não desistiremos”, afirmou.

A pressão sobre atividades religiosas estrangeiras ganhou força em abril, quando o Partido Comunista da China (PCC) publicou normas restringindo a atuação de missionários.

Sob o pretexto de “proteger a segurança nacional”, o regulamento exige aprovação governamental prévia para pregações, formação de grupos religiosos ou mesmo compartilhamento de fé por estrangeiros. A mídia estatal chinesa defendeu as medidas como forma de “coibir extremismos”, alinhando práticas religiosas a instituições supervisionadas pelo Estado.

Adaptação e Resistência

Apesar das limitações, a China Partner mantém suas atividades por meio de plataformas digitais e redes de apoio locais. “A Igreja na China persiste, seja nas congregações domésticas ou nas registradas. Deus não deixou de agir”, enfatizou Burklin.

A organização segue em diálogo com pastores das regiões afetadas para entender os novos desafios, priorizando o respeito às leis locais. “Queremos ser estratégicos, sem confrontar as autoridades, mas também não silenciaremos nossa missão”, completou.

Analistas apontam que o PCC enxerga lealdades religiosas como rivais à sua hegemonia política, classificando grupos independentes como “ameaças sectárias”. Enquanto isso, missionários adaptam-se ao cenário, usando tecnologia para treinar líderes e fortalecer comunidades cristãs sob censura. “A perseguição não nos paralisa. Ela apenas redefine nosso método de servir”, concluiu Burklin.

FONTE : Gospel Mais

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