O pastor Luciano Subirá tem percorrido diversos países levando uma mensagem centrada na Bíblia e voltada ao despertar espiritual de cristãos em meio aos desafios contemporâneos, e falou sobre a teologia coach e as ameaças à família em uma entrevista recente.

Subirá abordou a realidade da Igreja Brasileira, o impacto da internet no ensino cristão e a importância da família como alicerce do Reino de Deus. Com longa trajetória ministerial no Brasil, tendo ministrado em todas as regiões do país, o pastor usa sua experiência para fazer afirmações otimistas: “A Igreja Brasileira tem muita coisa boa”.

Segundo o pastor, é necessário ter equilíbrio ao avaliar o cenário atual: “Eu costumo dizer que as pessoas têm a mania de olhar a metade do copo cheio ou vazio. Às vezes você tem que olhar as duas coisas”.

Ao comentar o crescimento do número de evangélicos no Brasil, Subirá destacou que o aspecto quantitativo não deve ser analisado de forma isolada: “O que Deus está fazendo na Igreja Brasileira é lindo. Não é só o crescimento numérico, é o amadurecimento. A igreja está multiplicando e tem um monte de bebês que não tiveram tempo de crescer”, disse.

Em referência à percepção de líderes internacionais, ele relatou: “O que eu ouço de líderes de fora, seja nos Estados Unidos ou Europa, é ‘Vocês, economicamente, ainda podem ser terceiro mundo, mas como Igreja, os olhos das nações estão olhando pro Brasil como primeiro mundo’, no sentido da revelação da palavra, de um crescimento, de um mover de Deus no louvor e adoração”.

Apesar das observações positivas, o pastor reconhece que ainda há desafios: “Nós ainda estamos engatinhando. Tem muito para crescer, mas não dá para negar que há um favor de Deus sobre o Brasil. Isso me deixa empolgado”, afirmou.

Luciano Subirá contra a teologia coach

Durante a entrevista, Subirá também expressou preocupação com o avanço de movimentos teológicos que, segundo ele, carecem de base bíblica sólida, como a chamada “teologia coach” e a “hiper graça”.

“É imaturidade. Nós temos um número grande de cristãos, mas com baixo conhecimento bíblico”, comentou. O pastor enfatizou que maturidade espiritual não acontece apenas com o passar do tempo, e alertou para os perigos já descritos nas Escrituras: “A Bíblia já advertia sobre falsos profetas, falsos mestres e o engano. E de alguma forma, os crentes — e até a liderança — agem como se isso fosse um problema do passado. Mas isso não é verdade.”

Ele também ressaltou o papel da internet na disseminação de conteúdos religiosos, destacando tanto seus benefícios quanto seus riscos: “Estamos suscetíveis. Vivemos uma era de globalização. O que ‘funciona’ corre para o mundo, seja bom, seja ruim.”

Segundo Subirá, esse novo cenário exige discernimento por parte dos cristãos: “Hoje, [o cristão] pode estar numa igreja boa e beber de uma fonte ruim na internet — e o contrário também. As pessoas terão que aprender a filtrar.”

Família é importante no Reino de Deus

Luciano Subirá, que também é conhecido por defender enfaticamente os valores familiares, destacou que a transformação de uma sociedade tem início no ambiente doméstico. “Creio que a própria família, quando edificada corretamente, transmite o entendimento do Evangelho”, afirmou.

O pastor observou que a negligência com a estrutura familiar tem afetado inclusive líderes religiosos. “Se o pastor não cuida da própria casa, como governará a Igreja de Deus? Minha primeira congregação é minha casa”, declarou, fazendo referência à exigência bíblica encontrada em 1 Timóteo 3:5.

Ele também apontou a centralidade da família no plano divino: “Tudo o que Deus faz na terra passa pelas famílias. Deus disse a Abraão: ‘Por meio da tua linhagem, serão benditas todas as famílias da terra.’ Mesmo incluindo o conceito de nações, Ele não deixou de trabalhar o conceito de família.”

Ao relatar sua própria trajetória, Subirá compartilhou a influência de seu pai, que rompeu com padrões familiares negativos do passado: “Se você não tem um legado, seja você quem deixe. Em vez de reclamar do que não teve, construa algo novo”.

Para o pastor, a oposição à família é reflexo do valor que ela possui no Reino de Deus: “Se olharmos o processo inverso, o diabo ataca o que é importante para Deus. Família é importante para Deus — é só olhar o quanto o mundo tenta desconstruí-la. Por isso, as igrejas precisam produzir um evangelho que gere famílias fortes”.

Ele também vinculou o conceito de avivamento à restauração familiar: “Deus quer alcançar os filhos, as filhas. Quer entrar nas casas. Uma igreja que não tem visão para a família ainda não entendeu o Evangelho”.

Ao final da entrevista ao Guia-me, Luciano Subirá concluiu: “Pastores que não têm visão para a família não entenderam o Evangelho”.