1 de abril de 2025 - 16:37

Pastores chamam de ‘aberração jurídica’ decisão do STF contra Jair Bolsonaro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade nesta quarta-feira (26), tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado em 2022, ao acatar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão gerou reações de líderes religiosos, que classificaram o processo como político e questionaram seus fundamentos jurídicos.

Jorge Linhares, pastor batista, presidente da Igreja Batista Getsêmani e do Conselho de Pastores do Estado de Minas Gerais (CPEMG), afirmou que a decisão deveria ser analisada por políticos, não pelo Judiciário.

“Como consequência dessa posição do Supremo, há um temor de se falar o que se pensa, e toda a população brasileira está parada, com vontade de ir embora para a Europa”, declarou. Linhares previu impacto eleitoral: “O povo gosta de pessoas vitimizadas. Os algozes estão pensando somente na vingança”.

Pastor Evaldo Carlos, da Primeira Igreja Batista da Praia da Costa (ES), criticou a estrutura do processo: “A mesma pessoa que investiga é a que julga, uma aberração jurídica”. Ele alertou para consequências amplas: “Repercutiria na economia, no Congresso e nas eleições. O STF desestruturará o país”.

Fábio Hertel, teólogo e psicanalista, chamou o julgamento de “jogo com cartas marcadas” e questionou a imparcialidade de ministros como Alexandre de Moraes e Flávio Dino: “Eram altamente comprometidos com Bolsonaro no passado e hoje não se declaram suspeitos”. Sobre o cenário eleitoral, avaliou: “Se preso, Bolsonaro virará herói. Seu indicado terá peso político”.

José Ernesto Conti, líder da Igreja Congregação Presbiteriana Água Viva, contestou a tipificação do crime: “Não há no Código Penal ‘planejamento’ como delito”. Ele também rejeitou as provas apresentadas: “Não há comprovação de que Bolsonaro participou das reuniões citadas”. Sobre o futuro, afirmou: “A direita conservadora é covarde, mas a corda está no limite da ruptura”.

Contexto Jurídico e Político

A denúncia da PGR alega que Bolsonaro articulou ações para manter-se no poder após as eleições de 2022, incluindo reuniões no Palácio da Alvorada para discutir um suposto plano apelidado de “Punhal Verde-Amarelo”. O ex-presidente nega as acusações.

A decisão do STF ocorre em meio a tensões entre poderes e polarização política. Especialistas em direito constitucional divergem sobre a sustentação jurídica do processo: enquanto alguns apontam a necessidade de responsabilização por ataques à democracia, outros criticam a ausência de tipificação clara do crime de “tentativa de golpe” na legislação.

Bolsonaro poderá apresentar defesa preliminar antes do prosseguimento do processo. Analistas políticos avaliam que o caso influenciará o debate eleitoral de 2026, especialmente se o ex-presidente for declarado inelegível. Com informações: Comunhão.

FONTE : Gospel Mais

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