6 de março de 2025 - 19:22

Christie's tem resultados mistos em leilão de obras com inteligência artificial

O primeiro leilão da Christie’s dedicado inteiramente a obras criadas com a ajuda da inteligência artificial (IA) terminou nesta quarta-feira (5) com um resultado muito desigual, em um contexto de críticas a essa tecnologia e de questões relativas à propriedade intelectual.

Ao fim de 14 dias de venda exclusivamente online, 14 dos 34 lotes não receberam lances suficientes ou foram vendidos por um valor abaixo da faixa de estimativa da Christie’s.

Uma criação animada de Refik Anadol (“Machine Hallucinations – ISS Dreams – A”), um dos artistas digitais mais conhecidos do mundo, alcançou o preço mais alto, US$ 277,2 mil (cerca de R$ 1,6 milhão, na cotação atual), acima da estimativa.

Mas a outra obra de destaque do leilão, “Emerging Faces”, do artista americano Pindar Van Arman, não atraiu nenhum lance. A peça foi criada por meio de uma conversa entre duas interfaces de inteligência artificial.

Para Nicole Sales Giles, responsável por vendas de arte digital da Christie’s, o resultado do pregão “confirma”, no entanto, que os colecionadores e o público em geral “reconheceram a influência e a importância” dos artistas escolhidos, conforme ela diz em comunicado.

“A seleção poderia ter sido melhor com obras representativas dos novos meios e da IA”, comentou Steven Sacks, fundador da galeria nova-iorquina bitforms, que exibe arte digital desde 2001.

“Mas a verdadeira questão é se esta venda deveria ter sido realizada agora. […] Ainda é necessário educar as pessoas, compreender a história deste meio e, para os artistas, conseguir mais visibilidade, exposição e credibilidade”, comentou.

Embora este tenha sido o primeiro evento dedicado completamente a obras produzidas com IA, com uma venda total de US$ 728,8 mil (R$ 4,2 milhões), a Christie’s e sua concorrente Sotheby’s já ofereceram várias obras desse tipo em leilões anteriores.

Um grupo de artistas lançou uma petição à Christie’s para que cancelasse o leilão, que terminou nesta quarta-feira.

Os cerca de 6.490 signatários apontaram que várias peças foram criadas com a ajuda de modelos de inteligência artificial “conhecidos por terem feito uso não autorizado de obras protegidas pela lei de propriedade intelectual”.

noticia por : UOL

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