6 de março de 2025 - 13:50

De forma simples, entenda o motivo pelo qual os evangélicos não celebram a Quaresma

Na Quarta-feira de Cinzas dá-se início à Quaresma, um período de 40 dias que antecede a celebração da Páscoa. Este tempo é tradicionalmente observado por católicos e algumas denominações cristãs, sendo marcado por práticas de jejum, penitência e reflexão sobre o sacrifício de Jesus Cristo. No entanto, para os evangélicos, em sua maioria, essa prática não é seguida.

A Quaresma tem suas raízes na Igreja Católica e remonta aos 40 dias em que Jesus esteve no deserto, enfrentando tentações e jejuando, conforme relatado nas Escrituras.

O período começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Páscoa, sendo tradicionalmente um tempo em que os fiéis se dedicam à oração, ao arrependimento e à renúncia de certos hábitos, como o consumo de carne vermelha, ou outras práticas que são vistas como prejudiciais à saúde ou à espiritualidade.

Porém, os evangélicos não celebram a Quaresma, pois a observância desse período não é prescrita de forma explícita nas Escrituras Sagradas.

Isso, porque, para as igrejas evangélicas, a Bíblia é a única norma de fé, e a Quaresma é vista como uma tradição humana que foi estabelecida pela Igreja Católica ao longo dos séculos, não sendo por isso considerada parte da doutrina bíblica.

Dessa forma, muitos evangélicos consideram que essa prática não deve ser imposta como um requisito espiritual obrigatório, tal como os católicos entendem.

Santificação é diária

Além disso, a maioria das igrejas evangélicas enfatiza que a fé cristã não deve estar atrelada a ritos ou períodos específicos do ano. Para os evangélicos, a busca por Deus, a reflexão sobre o sacrifício de Cristo e o arrependimento são aspectos que devem ser vividos de maneira contínua, diariamente, ao longo de todo o ano, e não apenas em um período determinado como a Quaresma.

Outro ponto relevante é a compreensão evangélica sobre a salvação, que, de acordo com a doutrina protestante, é alcançada exclusivamente por meio da fé em Jesus Cristo e não por sacrifícios pessoais.

A ideia de que a penitência e os rituais, como jejuns e confissões, são necessários para a salvação não é compatível com a visão evangélica, que entende que a graça divina, como é dito em Efésios 2:8, é um dom imerecido, recebido pela fé.

A separação histórica e teológica entre os evangélicos e a Igreja Católica remonta à Reforma Protestante, no século XVI, quando os reformadores rejeitaram várias práticas e tradições que não tinham base bíblica. Como a Quaresma não é mencionada nas Escrituras como uma prática obrigatória, ela foi afastada das igrejas protestantes e, posteriormente, pelas comunidades evangélicas.

Ponto importante

Isso não significa que os evangélicos rejeitam o jejum ou a reflexão sobre a Páscoa. Muitas igrejas evangélicas promovem períodos de oração e jejum em outras épocas do ano, mas essas práticas são voluntárias e não fazem parte de um calendário litúrgico fixo.

Algumas denominações evangélicas também adotam práticas que se assemelham à Quaresma, mas sem o mesmo peso ou formalidade dada pela Igreja Católica, que a vê como uma espécie de “expurgo”, especialmente devido ao período pós-Carnaval.

Apesar disso, algumas igrejas protestantes históricas, como os luteranos, anglicanos e metodistas, mantêm formas adaptadas de observância da Quaresma, embora sem as mesmas exigências e rituais rigorosos da Igreja Católica.

Para os evangélicos em geral, contudo, a morte e ressurreição de Cristo são essenciais para a fé cristã. Contudo, a preparação para a Páscoa não precisa ser marcada por um período fixo de abstinência ou práticas religiosas específicas.

A ênfase quanto a esse quesito recai sobre uma vida diária de comunhão com Deus, com santidade e dedicação constantes, sem a necessidade de rituais ou tradições religiosas estabelecidas em datas específicas.

Assim, enquanto a Quaresma é uma tradição observada por católicos e algumas denominações cristãs, ela não possui a mesma relevância para a maioria dos evangélicos. Para estes, a vida cristã é uma jornada contínua, pautada pela fé em Cristo e pela busca constante por uma relação pessoal com Deus, sem depender de um período específico de penitência ou preparação. Veja também:

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FONTE : Gospel Mais

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