3 de março de 2025 - 13:03

'O hit do Carnaval é bebida quente', reclamam foliões em SP

Três blocos no sábado (1°), dois neste domingo (2) e ainda nenhuma cerveja gelada. Esta é a saga de Kaio Guimarães, 25, durante os dois primeiros dias de Carnaval em São Paulo.

Outros foliões também têm reclamado de só encontrar bebida quente durante a folia. Os ambulantes, por sua vez, argumentam que o calorão prejudica a refrigeração dos produtos.

A previsão para este domingo na capital paulista é de temperatura máxima de 34°C e mínima de 22°C. O tempo quente deve se estender durante todos os dias de folia por outras capitais do país.

No pré-Carnaval, o grupo de blocos As Águas Vão Rolar detectou lugares com mais de 60ºC em São Paulo. A temperatura extrema preocupa os organizadores da festa, que criaram o grupo para exigir medidas para amenizar os efeitos do calor durante os dias de festa.

Para isso, o movimento divulgou uma série de imagens que mostram os focos de calor. Em localidades como a praça da República, os registros bateram 58,3ºC no último fim de semana. Nos arredores do Theatro Municipal e na praça Roosevelt, as temperaturas no chão e escadas eram de até 50ºC.

No centro da capital, neste domingo, Kaio não conseguia se lembrar exatamente quantas latinhas comprou –de 5 a 8, palpita–, mas a memória é boa para se lembrar da “quentura” das cervejas. Neste domingo, o jovem foi a mais dois cortejos na mesma região, Domingo Ela Não Vai e Explode Coração, e nada de goles gelados. “Tá melhor, mas continua ruim. O hit do Carnaval é bebida quente”, diz o jovem.

O jeito foi mudar a estratégia. Kaio saiu do bloco e comprou bebida em bares nas redondezas. Ainda pagou mais barato, afirma.

Trabalhando nos últimos três anos como ambulante no Carnaval paulistano, Renata Fradique, 38, reconhece o problema com a refrigeração dos produtos neste ano e culpa as altas temperaturas. Ela chegou à região central pouco antes das 9h e encheu seu isopor de gelo. Às 14h, já havia derretido completamente. Os termômetros marcavam mais de 30°C desde as 10h. “É buscar outro pacote com gelo, mas até eu conseguir fazer isso, tudo já esquentou”, relata ela.

Carlos Maciel, 50, outro vendedor, explica que o isopor, quando muito cheio, não consegue segurar tanto a temperatura das embalagens. “O certo é colocar mais gelo que bebida, mas qual vai ser nosso lucro? A prefeitura deveria pensar e dar cooler, carrinho, algo melhor pra gente e pro público.”

O forte calor também não contribuía para manter a cerveja gelada na Freguesia do Ó, na zona norte. Por ali, foliões pareciam não se importar muito com a temperatura da bebida e encaravam os goles mesmo quentes.

“Não vai tá perfeito, mas vai tá bom. E aí, vai passando o tempo e não o que fazer”, diz Rafael Augusto da Cunha, 24, que curtia o bloco acompanhado de um amigo.

Em outro grupo, Iara Quinson, 27, também lamentava. Ela disse que ela e seus amigos levaram cervejas para o cortejo, mas não puderam entrar com a bebida. Por isso, deixaram na parte de fora do cercado e vão e voltam com bebidas.

noticia por : UOL

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