23 de fevereiro de 2025 - 18:48

Varejo se retrai em dezembro, mas fecha 2024 com maior alta em 12 anos

O setor de varejo registrou em 2024 o maior crescimento das vendas em 12 anos, embora tenha apontado enfraquecimento no final do ano em linha com as expectativas de perda de força gradual da economia.

As vendas varejistas tiveram queda de 0,1% em dezembro na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado mensal ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade. Na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 2,0%, segundo o IBGE, ante projeção de ganho de 3,5%..

Ainda assim, o setor teve em 2024 crescimento de 4,7%, o oitavo ano de expansão e no ritmo mais intenso desde 2012 (+8,4%).

O varejo teve um ano amplamente positivo, mostrando resiliência em meio a um mercado de trabalho aquecido, expansão do crédito e aumento da renda.

No entanto, mostrou desaceleração do ritmo com quedas seguidas nos últimos dois meses do ano, em um aceno às expectativas de perda de força gradual da economia que deve se estender para o início de 2025.

Isso ocorre em um ambiente de redução do impulso fiscal e aperto monetário, o que encarece o crédito. Em janeiro, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual como indicado, a 13,25%, e deve adotar nova alta na próxima reunião.

“Para 2025, projetamos uma desaceleração no crescimento devido à redução dos estímulos fiscais e de crédito, além da inflação e juros elevados”, disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.

“Apesar desse cenário desafiador, esperamos que a retração seja relativamente moderada. Alguns fatores devem ajudar a sustentar o consumo, como o mercado de trabalho aquecido e o aumento da massa salarial.”

Em dezembro, 5 dos 8 setores do varejo restrito apresentaram retração em relação a novembro, sendo as mais intensas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,0%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,3%); e Combustíveis e lubrificantes (-3,1%).

Os dados do varejo são os mais recentes a apontar desaceleração da atividade econômica no final do ano passado. A indústria recuou 0,3% em dezembro e fechou 2024 com expansão de 3,1%. O setor de serviços, por sua vez, teve retração de 0,5% no último mês do ano e encerrou 2024 com alta de também 3,1%.

noticia por : UOL

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