6 de fevereiro de 2025 - 8:07

EUA emite isenção para permitir ajuda à missão internacional no Haiti

Os Estados Unidos disseram na quarta-feira (5) que concederam uma isenção ao congelamento da ajuda do presidente Donald Trump para permitir o envio de milhões de dólares para uma missão de segurança no Haiti, embora parte da assistência esteja suspensa.

“Os Estados Unidos não pausaram toda a ajuda à Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, enquanto o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, aterrissava na República Dominicana, onde espera discutir a crise migratória haitiana.

Rubio, em sua primeira viagem pela América Latina, deu luz verde a US$ 40,7 milhões em assistência para a Polícia Nacional do Haiti e para a missão multinacional, acrescentou o porta-voz.

O anúncio ocorre um dia após as Nações Unidas informarem que o governo dos Estados Unidos havia notificado sobre o congelamento de uma contribuição de 13,3 milhões de dólares para um fundo mais amplo da missão.

O Departamento de Estado não negou a suspensão, mas disse que era uma pequena fração de sua contribuição total.

Na terça-feira (4), os Estados Unidos entregaram equipamentos blindados pesados para essa força de segurança liderada pelo Quênia e para a polícia haitiana, acrescentou o porta-voz.

A administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, trabalhou para estabelecer a força internacional a fim de trazer estabilidade ao Haiti, onde as gangues tomaram o controle de grande parte da capital, Porto Príncipe.

Biden ofereceu apoio financeiro e logístico, mas não enviou tropas. Trump, por sua vez, ao assumir o poder, decidiu cortar o financiamento dos Estados Unidos e deu ordens para encerrar as operações da principal agência de ajuda do governo, a Usaid.

Nesta primeira turnê, Rubio se concentrou em promover o objetivo de Trump de deter a migração e enviar de volta as pessoas indocumentadas.

El Salvador, Guatemala e Panamá ofereceram impulsionar a cooperação em matéria de migração nas escalas anteriores de Rubio.

O chefe da diplomacia dos EUA se reunirá nesta quinta-feira (6) com o presidente dominicano, Luis Abinader, que tem defendido uma linha dura semelhante à de Trump, embora contra os imigrantes de seu país vizinho Haiti, aumentando as deportações e construindo um muro na fronteira.

No final de janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que Porto Príncipe poderia ser invadida por gangues se a comunidade internacional não aumentasse a ajuda à missão de segurança.

O ministro das Relações Exteriores do Haiti, Jean-Victor Harvel Jean-Baptiste, advertiu em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que seu país enfrenta “grandes dificuldades” que ameaçam não apenas a população, mas também “a própria sobrevivência do Estado”.

O Haiti, que não tem presidente nem Parlamento, é atualmente governado por um organismo de transição que luta para gerir a violência extrema ligada a gangues, a pobreza e outros desafios. No país, foram mobilizados pouco menos de 800 dos 2.500 efetivos de segurança esperados.

Ao menos 5.600 pessoas morreram no Haiti no ano passado como resultado da violência das gangues, cerca de mil a mais do que em 2023, segundo a ONU.

Mais de um milhão de haitianos foram obrigados a fugir de suas casas, três vezes mais do que há um ano.

noticia por : UOL

Ouvir Band FM

--:--
--:--
  • cover
    Band FM 99.3

LEIA MAIS