31 de janeiro de 2025 - 6:36

A avenida Santo Amaro se transforma

A avenida Santo Amaro tem 7,7 km e liga os bairros do Itaim Bibi a Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. É também conhecida como avenida do Borba Gato, por causa do enorme monumento dedicado ao bandeirante que paira por ali. É uma via nevrálgica, cheia de altos e baixos na sua paisagem e que está passando por uma intensa transformação em alguns pontos.

A principal delas é no trecho entre a avenida Juscelino Kubitschek e a rua Afonso Braz, no seu quilômetro inicial, onde a Prefeitura tem uma ação de revitalização. Prédios sobem um atrás do outro do lado direito da via. Em contrapartida, sobrados dos anos 50 e 60 vêm abaixo.

Não há edifícios com grande importância histórica na região. Há muitas moradias, pequenos comercio e prestadores de serviços. Mas também inúmeros imóveis vazios e pichados.

Antigamente, a Santo Amaro tinha seis cinemas, como o Graúna, o Vila Nova e outros mais. Hoje não tem nenhum. Mas resta o casarão respeitável que abrigou o mais famoso deles: o Vila Rica. É um prédio que, em meio ao arrastão imobiliário, mereceria ser mantido em pé e restaurado para virar mais um cinema de rua.

No projeto de requalificação da avenida estava previsto pela Prefeitura o enterramento de fios elétricos e de telecomunicações, a remoção de postes, a reforma de ponto de ônibus e dos corredores, o plantio de árvores, a renovação da sinalização e a iluminação em LED. O primeiro prazo de realização das obras era o primeiro trimestre de 2024, mas elas estão atrasadas e ainda estão em andamento.

Seja como for, a retirada dos fios e postes já provoca um agradável efeito visual. Ela alivia também a calçada, que na Santo Amaro já é estreita e, com os postes, fica ainda mais mais difícil o movimento dos transeuntes. Parte da decadência da avenida, a partir dos anos 80, se deve ao fato da Santo Amaro não ser convidativa para andar. As calçadas estão sendo alargadas, principalmente no térreo de novos edifícios.

O plano da Prefeitura é enterrar os fios num trecho de 3 quilômetros, até a avenida dos Bandeirantes. A próxima etapa vai até a avenida Hélio Pellegrino. Talvez com essa simples iniciativa, já se consiga apagar alguns rastros de decadência que marcaram a Santo Amaro nas últimas décadas. Faltam também mais áreas verdes e árvores.

Sem saudosismo, o adensamento da região da Santo Amaro não é ruim. A cidade tem um dos melhores corredores de ônibus da cidade. Foi também um dos primeiros, inaugurado em 1987. Os moradores e trabalhadores dos novos prédios têm transporte público acessível e muitos serviços próximos.

O que se tinha no passado recente era uma via apertada, com calçadas estreitas e construções caindo aos pedaços – ela ainda é assim em uma longa área. Agora, gradualmente, a Santo Amaro está se embelezando, ganhando amplitude e tornando a vida dos pedestres mais confortável.

Se frequentemente há críticas ferozes ao rolo compressor imobiliário e à verticalização desenfreada, nesse caso eles são aceitáveis. A avenida não só está ficando mais moderna como funcional. E vai deixar de ser só um espaço de passagem de carros.

Antes de ser avenida, ela foi, desde a colônia, uma estrada que ligava São Paulo ao município de Santo Amaro. Foi também, em 1968, palco do encerramento da última linha de bonde a circular em São Paulo, a Instituto Biológico-Santo Amaro. Como se pode ver, ela tem história.


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noticia por : UOL

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