11 de janeiro de 2025 - 4:41

Parlamento da Coreia do Sul se reúne para votar de impeachment de presidente interino

O parlamento da Coreia do Sul iniciou nesta sexta-feira a sessão para votar a destituição do presidente interino, Han Duck-soo, acusado de insurreição.

A sessão marca também o início da decisão do Tribunal Constitucional, que decidirá o destino do Presidente suspenso Yoon Suk Yeol.

A pressão para destituir o Primeiro-Ministro Han Duck-soo, que tem sido presidente interino desde a destituição de Yoon, em 14 de dezembro, lançou a bem-sucedida história democrática da Coreia do Sul em território desconhecido.

Antes da sessão parlamentar, o líder da oposição, Lee Jae-myung, disse que seu partido (Democrático), que tem maioria no parlamento, seguirá em frente com o plano de destituir o interino, acusando Han de “agir em prol da insurreição”.

“A única maneira de normalizar o país é erradicar rapidamente todas as forças de insurreição”, disse Lee em um discurso inflamado, acrescentando que o partido estava agindo em prol da ordem pública para erradicar aqueles que colocaram o país em risco.

Houve um amplo apoio público para a remoção de Yoon, segundo pesquisas de opinião realizadas após sua tentativa de declarar lei marcial.

O plano de votação para destituir Han foi revelado nesta quinta (26) pelo Partido Democrático, e tem por estopim a recusa do interino para nomear imediatamente três juízes para preencher vagas no Tribunal Constitucional, dizendo que excederia seu papel de presidente interino.

Permanece incerto quantos votos são necessários para destituir Han como líder interino. O limiar para um primeiro-ministro é uma maioria simples, enquanto é necessária uma maioria de dois terços para um presidente. Também não está claro se Han e o partido governante aceitariam qualquer resultado.

Se Han for suspenso, o Ministro das Finanças Choi Sang-mok assumirá a presidência.

A promessa de Lee de destituir Han veio minutos depois de Choi alertar que a destituição do presidente interino prejudicaria seriamente a credibilidade econômica do país e pedir aos partidos políticos que retirassem o plano.

“A economia e o sustento do povo estão em uma situação delicada sob um estado de emergência nacional e não podem suportar uma maior incerteza política que resultará de outro presidente interino assumindo a presidência interina”, disse ele.

Choi falou em nome do gabinete do país, ao lado de ministros.

O índice sul-coreano KRW=KFTC enfraqueceu para uma nova baixa de 1.486,7 por dólar nesta sexta, a maior desde março de 2009. Analistas avaliam que há pouco para reverter o sentimento negativo decorrente da incerteza política.

A votação para determinar o destino de Han ocorre no mesmo dia em que o Tribunal Constitucional realizou sua primeira audiência em um caso para revisar se anulará a destituição e reintegrará Yoon ou o removerá permanentemente do cargo. O tribunal tem 180 dias para chegar a uma decisão.

Falando em nome do tribunal em uma audiência preparatória, o juiz Cheong Hyung-sik disse que a côrte agirá rapidamente no caso, considerando sua gravidade.

Na audiência que durou menos de uma hora, o tribunal marcou a próxima audiência para 3 de janeiro.

Yoon Kap-keun, um dos advogados que representam o presidente destituído, disse a jornalistas que a equipe jurídica ainda está adicionando membros e que Yoon planeja comparecer pessoalmente no futuro.

A audiência segue semanas de desafio por parte de Yoon, ignorando os pedidos do tribunal para apresentar documentos, bem como intimações por investigadores em um caso criminal separado sobre sua declaração de lei marcial.

Yoon não foi obrigado a comparecer à audiência de sexta-feira. Se ele for destituído, uma nova eleição presidencial será realizada dentro de 60 dias.

PIOR CRISE POLÍTICA EM DÉCADAS

Os eventos seguintes à declaração de lei marcial em 3 de dezembro mergulharam o país em sua mais grave crise política desde 1987, quando protestos generalizados forçaram o partido governante de ex-generais militares a aceitar uma emenda constitucional que introduziu a eleição direta e popular para eleger o presidente.

Yoon chocou o país e o mundo com um anúncio, em 3 de dezembro, de que estava impondo lei marcial para superar o impasse político e erradicar “forças antiestatais”.

O exército mobilizou forças especiais para a Assembleia Nacional, a comissão eleitoral e o escritório de um comentarista liberal do YouTube.

Também emitiu ordens proibindo a atividade do parlamento e dos partidos políticos, bem como pedindo o controle governamental da mídia.

Mas dentro de horas, 190 parlamentares desafiaram os cordões de tropas e policiais e votaram contra a ordem de Yoon. Cerca de seis horas após seu decreto inicial, Yoon revogou a ordem.

Yoon e membros seniores de sua administração também enfrentam investigações criminais por insurreição.

noticia por : UOL

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