16 de junho de 2025 - 20:56

Suspeito de matar deputada nos EUA é ex-pastor e foi missionário na África

Vance Luther Boelter, de 57 anos, foi identificado pelas autoridades de Minnesota como o principal suspeito dos ataques a tiros que mataram a deputada estadual Melissa Hortman, de 55 anos, e seu marido, Mark, em sua residência em um subúrbio de Minneapolis, no sábado, 14 de junho.

Boelter, um ex-pastor que também atuou como missionário, também é acusado de atirar contra o senador estadual John Hoffman, de 60 anos, e sua esposa, Yvette, em outra casa nos arredores das Twin Cities. Ambos sobreviveram.

O ex-pastor havia sido nomeado para o Conselho de Desenvolvimento da Força de Trabalho de Minnesota (GWDB) pelo então governador Mark Dayton em 2016 e reconduzido ao cargo pelo atual governador Tim Walz em 2019. O seu perfil no conselho era registrado como “sem preferência partidária”.

Segundo o Wall Street Journal, Boelter tinha histórico de trabalho missionário na África, incluindo pregações na igreja LaBorne Matadi, localizada no Congo. Um site arquivado do Ministério Revoformation menciona que ele chegou a procurar “islamitas militantes” para evangelização.

De acordo com informações do The Christian Post, em uma pregação publicada online, Boelter declarou: “Conheci Jesus quando tinha 17 anos e entreguei minha vida a Ele”.

Nas redes sociais da igreja congolesa, há registros fotográficos de suas participações. Boelter e sua esposa, Jenny, são pais de cinco filhos e chegaram a operar uma empresa familiar de criação de cães chamada Praetorian Shilohs, especializada na raça pastor de Shiloh.

De acordo com David Carlson, colega de quarto de Boelter por vários anos, o acusado era profundamente religioso, contrário ao aborto e apoiador do ex-presidente Donald Trump. Em entrevista ao Wall Street Journal, Carlson disse que Boelter “não demonstrava sinais de violência”.

Ele relatou que, na noite de sexta-feira, 13 de junho, o viu aparentemente cansado ao retornar à casa que dividiam em Minneapolis. No dia seguinte, recebeu uma mensagem de texto: “Vou ficar ausente por um tempo” e “posso morrer em breve”. Carlson afirmou ter entendido que o amigo poderia tentar se automutilar, e por isso contatou a polícia.

Carlson também disse que Boelter “nunca mencionou ressentimentos específicos contra Hortman ou Hoffman” e afirmou nem saber quem eram. À CNN, Carlson declarou que Boelter “não era definido” por suas crenças religiosas e políticas, que ele classificou como “dentro da corrente dominante”.

As autoridades ainda apuram se o acusado conhecia as vítimas. Durante coletiva de imprensa no sábado, o superintendente do Departamento de Apreensão Criminal de Minnesota, Drew Evans, declarou que havia “alguma sobreposição com reuniões públicas” entre Boelter e Hoffman, já que ambos atuavam no conselho estadual. Contudo, afirmou: “Não sabemos a natureza do relacionamento ou se eles realmente se conheciam”, conforme relatado pelo WSJ.

A polícia informou que Boelter teria se identificado como policial para ter acesso à residência da deputada Hortman. Após o ataque, foi encontrado em seu veículo um panfleto com os dizeres “Sem Reis”, o que, segundo autoridades, indicaria intenção de atacar manifestações públicas. A governadoria de Minnesota cancelou protestos previstos em todo o estado por recomendação do governador Walz, citando riscos à segurança.

Além do panfleto, foi localizada no veículo uma lista com nomes de possíveis alvos, incluindo dezenas de funcionários públicos e defensores de direitos reprodutivos. Fontes da polícia informaram à CNN que Boelter chegou a trocar tiros com agentes em frente à casa de Hoffman antes de fugir.

O governador Tim Walz, durante pronunciamento oficial no sábado, classificou o ataque como “um assassinato com motivação política” e homenageou a legisladora democrata. “A presidente Hortman foi alguém que serviu o povo de Minnesota com graça, compaixão, humor e senso de serviço”, afirmou.

Boelter possui mestrado em administração e formação em uma faculdade bíblica em Dallas, Texas. Em seus perfis online, ele alegava ter experiência com “situações de segurança” em Europa Oriental, África, Oriente Médio e nos Estados Unidos.

A investigação permanece em curso, com foco em esclarecer a motivação dos ataques e se havia planejamento direcionado às vítimas. As autoridades estaduais mantêm o alerta elevado e reforçaram a presença policial em áreas de eventos públicos.

FONTE : Gospel Mais

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