7 de junho de 2025 - 16:05

Opositor Lee Jae-myung deve ser novo presidente da Coreia do Sul, aponta boca de urna

O advogado Lee Jae-myung, 61, ex-operário de fábrica, foi eleito presidente da Coreia do Sul na votação desta terça (3), segundo pesquisa de boca de urna das redes de televisão KBS, MBC e SBS. A projeção indica que Lee, candidato do oposicionista Partido Democrático, recebeu 51,7% dos votos, enquanto Kim Moon-soo, do governista Partido do Poder do Povo, ficou com 39,3%.

Segundo a Comissão Nacional Eleitoral, a participação nas urnas era de 77,8% faltando uma hora para o fechamento das urnas.

A eleição põe fim a meio ano de crise institucional, iniciada com a tentativa de autogolpe do ex-presidente Yoon Suk-yeol, que decretou lei marcial e suspendeu a Assembleia Nacional no início de dezembro.

Em resistência liderada por Lee, que está no segundo mandato de parlamentar, o Legislativo derrubou o decreto horas depois e, passados dez dias, votou pelo impeachment de Yoon.

Este e sua mulher, cuja investigação por corrupção foi um dos motores dos protestos por impeachment há seis meses, se mantiveram no foco da campanha eleitoral e voltaram a chamar a atenção nesta terça, ao votarem juntos.

Yoon chegou a anunciar sua saída do PPP, há pouco mais de uma semana, no que foi visto por analistas como uma tentativa de elevar as chances de Kim Moon-soo, que foi ministro de seu governo.

O resultado oficial deve ser divulgado no início da madrugada de quarta na capital, Seul (tarde desta terça em Brasília). Horas depois, entre 7h e 9h locais de quarta (noite desta terça no Brasil), a comissão eleitoral se reúne para proclamar o vitorioso —e começa o mandato de cinco anos do novo presidente, inclusive sua “autoridade de comando militar”.

Lee deve visitar em seguida o Cemitério Nacional, como é tradição no país, e participar por volta do meio-dia de uma breve cerimônia na Assembleia Nacional. Fará, então, o seu discurso de posse.

Sobre relações internacionais, deve repetir o que falou na campanha, inclusive em entrevista coletiva na véspera do pleito: que será pragmático nas relações com a China, maior parceiro comercial, mas também que a aliança com os Estados Unidos, maior aliado militar, é a base da política externa sul-coreana e será aprofundada.

Ele deve adiantar também como vai encaminhar a negociação com o governo Donald Trump, que impôs tarifas sobre os produtos do país, suspensas temporariamente até o dia 8 de julho. A expectativa é que, como indicou na campanha, ele aguarde outras negociações, de países como o Japão.

O impacto das tarifas americanas levou a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a reduzir a projeção de crescimento da Coreia do Sul neste ano para 1%, como divulgado na própria terça, em comparação com uma projeção de 2,1% em dezembro.

noticia por : UOL

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