Nile Rodgers não precisou dar um acorde em sua guitarra para ganhar a plateia do C6 Fest na noite deste domingo (25). Antes de tocar qualquer coisa, o artista, uma lenda da música dançante, pediu que o público respondesse ao refrão de um de seus maiores sucessos, “Le Freak”.
Dali em diante, Rodgers e sua banda, o Chic, tiveram os espectadores na mão e viraram uma máquina de fazer dançar, comandando um baile de soul, R&B, disco e funk que esquentou a área externa do auditório Ibirapuera, em São Paulo. A terceira edição anual do C6 Fest começou na quinta-feira (22) e chega ao fim agora.
Além da música que abriu a noite, Rodgers puxou uma sequência matadora de clássicos do Chic — “Everybody Dance”, “Dance, Dance, Dance” e “I Want Your Love”. Mesmo sem ajuda do sistema de som, que não estava tão potente no show, a banda botou o público para dançar.
Rodgers se disse feliz por estar em São Paulo. “Quando vim a sua cidade em 1993, me lembrou de minha cidade natal, Nova York. Amo a pessoas aqui, a vibe, a comida, as mulheres muito lindas. É fantástico. Estou muito feliz de estar aqui hoje a noite”, ele afirmou.
Como tem feito há anos, inclusive em passagens recentes pelo Brasil, Rodgers transforma o show numa apresentação de seu currículo —um dos mais populares da música há pelo menos cinco décadas. Inclui, ele disse, de Diana Ross, Sister Sledge, Madonna, David Bowie, Beyoncé, Duran Duran e por aí vai.
Foi de longe a apresentação mais animada na área externa do auditório Ibirapuera nesta edição do C6. O festival, que teve alguns shows catárticos na tenda Metlife, como Wilco e Gossip, e contou com plateias dispersas e batendo papo no meio das performances no ambiente a céu aberto.
Rodgers e o Chic quebraram o gelo do público com uma banda afiada —dos grooves irresistíveis ao time de cantoras que assumiu o microfone para fazer as vezes de Beyoncé ou Diana Ross. Isso sem contar no tecladista, que fez Bowie em “Modern Love” e cantou com vocoder —espécie de precursor do AutoTune— os hits do Daft Punk, “Get Lucky” e “Loose Yourself to Dance”.
Tão importante quanto o suingue do Chic foi o repertório, uma coleção amplamente conhecida de hits dançantes —do tipo que toca na balada e na festa de formatura. Alguns vieram em pares, como as sequências de Sister Sledge (“He’s the Greatest Dancer” e “We Are Family”), Madonna (“Like a Virgin” e “Material Girl”) e a já citada do Daft Punk. Isso além da performance celebrada de “Cuff It”, de Beyoncé.
Acima de tudo, destacou-se a guitarra de Rodgers, sua marca registrada. Mesmo interpretando canções de artistas tão diversos, o ritmo inimitável de sua mão direita unificou o repertório e transformou cada música em um convite irresistível ao movimento.
A energia do show, que começou pouco depois das 20h30, caiu depois da primeira hora, mas Rodgers recuperou o fôlego no terço final. Na sequência que arrematou a apresentação, por volta de 22h, ainda causou furor com “Let’s Dance”, conhecida com Bowie, e “Good Times”, megahit do Chic.
noticia por : UOL