O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que apontam o menor número de nascimentos no Brasil desde 1976. Em 2023, foram registrados 2,52 milhões de nascimentos, queda de 12% em relação à média dos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19. Paralelamente, quanto ao divórcio, o país registrou 441 mil casos — o maior número desde 1974.
Demografia e tendências
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Nascimentos: Apenas 11,8% dos partos foram de mães com até 19 anos, enquanto 39% corresponderam a mulheres com 30 anos ou mais. O adiamento da maternidade está associado a custos elevados de criação de filhos, acesso a métodos contraceptivos e priorização de carreira e formação acadêmica.
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Casamentos: Foram registradas 940.799 uniões em 2023, redução de 3% frente a 2022. Casamentos entre mulheres aumentaram levemente (11.918), enquanto uniões heterossexuais e entre homens diminuíram.
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Divórcios: A média de duração dos casamentos caiu de 16 anos (2010) para 13 anos (2023). Mais da metade das separações envolve filhos menores.
Contexto histórico
A pandemia acelerou mudanças comportamentais. Em 2020, os casamentos despencaram de 1 milhão (2019) para 757 mil, com recuperação parcial nos anos seguintes. A idade média para o primeiro casamento é de 29 anos (mulheres) e 31 anos (homens).
O pastor Eriki Brunner, da Igreja Metodista Wesleyana (Cariacica/ES), atribui a instabilidade conjugal e divórcio à “negligência da base espiritual”. “Casamentos enfraquecem porque a aliança diante de Deus foi relativizada. É preciso resgatar a visão de matrimônio como pacto, não contrato”, afirmou.
Já o pastor Gilmey Meyreles, coordenador do Projeto Viver Cariacica, critica a secularização evangélica:
“Jovens adiam o casamento para priorizar renda e profissão. Quando alcançam, a fertilidade pode ser comprometida, e isso explica fenômenos como ‘mães pet’ ou apego a bonecos reborn”.
Dora Bomilcar, radialista e coordenadora de missões, destaca o individualismo como barreira:
“A sociedade valoriza realização pessoal e prazer imediato, enxergando o casamento como limitador. Sem Deus, é difícil entender seu propósito: entrega, sacrifício e serviço”.
Caso de estudo
Dora Bomilcar de Andrade (68 anos) e Paulo Pereira de Andrade (70 anos), casados há 45 anos, exemplificam compromisso duradouro. Médico e pastor, Paulo reforça:
“Relacionamentos sólidos exigem renúncia. Muitos não estão dispostos a colocar o outro em primeiro lugar”.
Líderes religiosos enfatizam a necessidade de fortalecer o discipulado familiar. “Acolhemos casais em crise, mas a fé hoje é mais privada. Precisamos orientar com zelo”, disse Meyreles, segundo a Comunhão.
FONTE : Gospel Mais