Júlio César, hoje com 26 anos, sobreviveu a um tiro de fuzil na cabeça que o fez perder 50% da massa encefálica. Natural de Minas Gerais, ele se mudou para o Rio de Janeiro aos 8 anos, passando a viver na comunidade Campo da Brama, em São Gonçalo.
Após anos de envolvimento com o tráfico de drogas, ele relata ter abandonado a criminalidade após o que descreve como uma experiência de fé e transformação.
Júlio contou sua história no podcast 01 Sobreviventes, disponível no YouTube. Segundo ele, o contato com o crime começou ainda na infância. “Aos 13 anos, eu já tinha sete passagens na polícia”, afirmou. Ele completou apenas até a 2ª série do ensino fundamental e aprendeu a ler e escrever dentro da prisão, utilizando a Bíblia.
Durante o programa, Júlio relatou que, por diversas vezes, prometeu a Deus que mudaria de vida ao sair da cadeia, mas não conseguia romper com o ciclo da violência. “Eu saia pior do que entrei”, disse.
Em seu relato, Júlio afirmou que o envolvimento com o tráfico foi motivado por falsas promessas de status e poder: “O inimigo nos dá uma falsa visão, uma ilusão de que, se a gente entrar para o crime, vamos ter poder e ser alguém na vida. […] Mas tudo isso é coisa do momento, é ilusão”.
Ele também mencionou um momento de aproximação com a igreja, influenciado por sua mãe. Em uma das reuniões, disse ter tido uma visão espiritual: “Me vi de terno e gravata no altar”. No entanto, acabou retornando à criminalidade pouco tempo depois.
Aos 18 anos, Júlio se mudou para a comunidade do Chapadão, no Rio de Janeiro. Lá, se tornou guarda-costas de um dos chefes do tráfico e participou de assaltos a caminhões de carga na Avenida Brasil. “Eu roubava de segunda a segunda. Já estava cego, já estava sendo conduzido pelo diabo”, declarou.
O episódio que mudou sua vida ocorreu após ser baleado na cabeça com um fuzil. O ferimento comprometeu metade de seu cérebro, e ele passou por um coma antes de sobreviver. “Ficar aleijado como eu fiquei é para poucos. Poucos têm esse privilégio”, disse. Após o ocorrido, afirmou ter aceitado Jesus e assumido a missão de evangelizar outros jovens.
Hoje, aos 26 anos, Júlio afirma ter uma nova vida ao lado da família. “Tomei um tiro de fuzil, perdi a metade do cérebro e estou de pé para a glória de Deus. Hoje, eu posso falar que vivo na presença do Senhor com a minha família e tenho uma vida próspera”.
Além de alertar sobre os riscos do tráfico, ele também falou sobre as consequências do uso de drogas: “Quando eu fui baleado e parei de usar drogas, eu fiquei 43 dias internado no hospital e não pude beber água por causa da tosse do cigarro, porque meu pulmão estava muito poluído”.
Finalizando seu depoimento, Júlio deixou uma mensagem aos jovens: “A droga te dá uma onda no momento, mas eu vou te dar um conselho: se embriague do Espírito Santo de Deus […]. O diabo te serve a bandeja, mas Deus te prepara uma mesa onde você senta e é saciado”.
O testemunho foi publicado no canal 01 Sobreviventes, que reúne relatos de ex-detentos e pessoas que afirmam ter experimentado recomeços por meio da fé cristã.
FONTE : Gospel Mais