17 de maio de 2025 - 15:13

Deputada reage contra o Governo do Ceará por associar racismo ao cristianismo: ‘Um crime’

A deputada estadual Dra. Silvana (PL) criticou duramente o Governo do Ceará durante sessão na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (7), acusando-o de promover intolerância religiosa contra o cristianismo.

O motivo foi o lançamento do “Calendário Afro Afirmativo 2025”, documento do Executivo estadual que relaciona o cristianismo a estruturas históricas de racismo no Brasil.

No Plenário 13 de Maio, Dra. Silvana afirmou que o material, distribuído a servidores públicos, “discrimina a fé cristã” ao associar conceitos religiosos a práticas racistas.

“Desafio qualquer um a mostrar onde Jesus Cristo segregou alguém por cor. O Governo acusa, sem base histórica, o cristianismo de sustentar o racismo. Isso é um crime”, declarou, visivelmente emocionada. A parlamentar já havia levantado o tema na terça-feira (6), quando foi confrontada pelos deputados Acrísio Sena (PT) e Salmito Filho (PSB).

Debate acalorado

Salmito Filho (PSB) rebateu as críticas, reconhecendo que “Cristo não pregou o racismo”, mas lembrou que “a história registra crimes cometidos em nome da fé”.

Entre os exemplos citados por ele estiveram as Cruzadas medievais, a Inquisição, a perseguição a povos indígenas e a escravidão de negros. “Até o Papa João Paulo II pediu perdão, em 2000, pelos erros da Igreja”, acrescentou.

O deputado Fernando Hugo (PSD) apoiou Dra. Silvana, questionando a “utilidade prática” do calendário para a gestão estadual.

“Precisamos discutir políticas públicas, não reviver disputas do passado para dividir a sociedade”, argumentou. A deputada, porém, manteve a posição: “Não aceito que a fé cristã seja criminalizada. Isso é uma afronta a milhões de cearenses”.

Calendário e contexto

Calendário Afro Afirmativo 2025, elaborado pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial do Ceará, inclui textos que analisam a influência de dogmas cristãos na formação de estereótipos raciais, segundo fontes do governo. O material faz parte de uma série de iniciativas estaduais para promover reflexões sobre equidade racial.

A discussão ocorre em meio a debates nacionais sobre a relação entre religião, colonialismo e racismo estrutural. Em 2023, o Ceará registrou 27 denúncias de intolerância religiana, segundo a Secretaria de Proteção Social, a maioria envolvendo religiões de matriz africana.

Dra. Silvana, entretanto, defende que “o combate ao racismo não pode se dar pela estigmatização de outras crenças”.

O Governo do Ceará não se pronunciou oficialmente sobre as acusações até o fechamento desta reportagem. A polêmica deve seguir em pauta nas próximas sessões legislativas.

FONTE : Gospel Mais

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