A eleição do cardeal americano-peruano Robert Prevost para a Cátedra de São Pedro despertou interesse em saber suas opiniões sobre diversas questões que preocupam católicos e não católicos. Reunimos declarações que ele fez no passado, que podem servir para nos ajudar a compreender as ideias do novo Pontífice.
Missão
“Eu ainda me considero um missionário. Minha vocação, como a de todo cristão, é ser missionário, anunciar o Evangelho onde quer que estejamos.” (Vatican News, entrevista de Andrea Tornielli, 05-04-2023)
Membros da Igreja
“Cristo faz parte da Igreja. Ele é o chefe. Portanto, aqueles que acreditam que podem seguir Cristo “à sua maneira”, sem fazer parte do Corpo, estão infelizmente vivenciando uma distorção do que constitui uma experiência autêntica.” (Site da Ordem Agostiniana, entrevista, 29/09/2023)
Unidade da Igreja
“A falta de unidade é uma ferida que a Igreja sofre, uma ferida muito dolorosa. Divisões e controvérsias na Igreja não ajudam em nada. Nós, bispos, em particular, devemos acelerar esse movimento em direção à unidade, em direção à comunhão na Igreja.” (Vatican News, texto citado)
Vocações
“Em algumas partes do mundo, atualmente, por vários motivos, há menos vocações do que no passado. E embora seja, claro, uma preocupação, não acho que seja a principal. Se aprendermos a viver melhor a nossa fé e a convidar e incluir outros na vida da Igreja, especialmente os jovens, algumas vocações continuarão a surgir.” (Site da Ordem Agostiniana, texto citado)
Leigos
“Acho que deveríamos ver o leigo como leigo. É um dos muitos dons que desenvolvi ao longo dos anos: descobrir que eles desempenham um papel muito importante na Igreja. Enquanto, como diz o Papa Francisco, eles não vão assumir o papel do clero ou se tornarem clérigos, mas sim viver sua própria vocação batismal do que significa fazer parte da Igreja, começaremos a viver com mais clareza. (Site da Ordem Agostiniana, texto citado)
Nomeação de bispos
“Ouvir o povo de Deus também é importante. Se um candidato não é conhecido por ninguém em sua cidade, é difícil — não impossível, mas difícil — que ele se torne verdadeiramente pastor de uma comunidade, de uma Igreja local. É por isso que é importante que o processo seja um pouco mais aberto para ouvir diversos membros da comunidade.
I”sso não significa que seja a Igreja local que deva escolher seu pastor, como se ser chamado para ser bispo fosse resultado de uma votação democrática, um processo quase ‘político’. É necessária uma visão muito mais ampla, e as nunciaturas apostólicas ajudam muito nisso. Eu acho que aos poucos a gente tem que se abrir mais, ouvir um pouco mais as religiosas e os leigos.” (Vatican News, texto citado)
Cuidados para vítimas de abuso
“O bispo deve estar próximo dos seus sacerdotes, como já disse, e deve estar próximo das vítimas. Alguns recomendam que o bispo não seja a pessoa a receber as vítimas diretamente, mas não podemos fechar nossos corações, as portas da Igreja, para pessoas que sofreram abusos. A responsabilidade do bispo é grande, e acredito que ainda temos que fazer grandes esforços para responder a esta situação que está causando tanta dor na Igreja. Levará tempo, estamos tentando trabalhar em conjunto com os outros dicastérios.
“O silêncio não é resposta. O silêncio não é uma solução. Devemos ser transparentes e sinceros, apoiando e ajudando as vítimas, porque caso contrário suas feridas nunca irão cicatrizar. Há uma grande responsabilidade para todos nós nisso.” (Vatican News, texto citado)
Casamento, igualdade sexual, gênero
“Como católico, aceito o casamento entre um homem e uma mulher, não entre pessoas do mesmo sexo, e ainda assim alguém aparece e diz que isso é discriminação. Então surge um conflito porque não há entendimento no mesmo nível no aspecto religioso. (…)
“Homens e mulheres são iguais, concordamos, não há problema algum nisso. Homens e mulheres devem gozar dos mesmos direitos e ser respeitados. No entanto, algumas organizações internacionais promovem a existência de 112 gêneros e, se alguém ler suas definições, encontrará grande confusão sobre os seres humanos e uma perda de compreensão e respeito pela natureza. Acredito na tolerância para cada pessoa e suas escolhas de estilo de vida. A Igreja ensina claramente que homossexuais e pessoas de outras orientações devem ser respeitados e protegidos para prevenir crimes por discriminação ou violência. Não tenho dúvida sobre isso.” (Revista Expresión, 13/04/2017)
Polarização
“O mundo em constante mudança de hoje apresenta situações em que realmente precisamos pensar duas vezes antes de falar, ou antes de escrever uma mensagem no Twitter, antes de responder, ou mesmo fazer perguntas publicamente, à vista de todos.”
“Às vezes, há risco de alimentar divisões e controvérsias. Há uma grande responsabilidade no uso correto das mídias sociais e da comunicação, porque é uma oportunidade, mas também é um risco. E pode prejudicar a comunhão da Igreja. É por isso que devemos ser muito cautelosos ao usar essas mídias.” (Vatican News, texto citado)
Diversidade
“A diversidade também não pode ser entendida como um modo de vida sem critérios ou ordem. Estes últimos perdem de vista o fato de que, desde a própria criação do mundo, o dom da natureza, o dom da vida humana, o dom de tantas coisas diferentes que realmente vivemos e celebramos, não podem ser sustentados inventando nossas próprias regras e fazendo as coisas apenas do nosso jeito. Essas são posições ideológicas. Quando uma ideologia toma conta da minha vida, não consigo mais dialogar ou me relacionar com outra pessoa porque já decidi como as coisas serão.” (Site da Ordem Agostiniana, texto citado)
©2025 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol: Qué piensa León XIV sobre algunos temas de actualidad
noticia por : Gazeta do Povo