A Convenção Batista Brasileira (CBB) informou, através das redes sociais, a morte do pastor Rinaldo de Mattos, aos 90 anos. Missionário, ele dedicou a vida à evangelização dos indígenas Xerente, no Tocantins, além da tradução da Bíblia para o dialeto deste povo, Akwẽ-Xerente.
“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do pastor e missionário Rinaldo de Mattos, um dos nomes mais respeitados da missão evangélica entre os povos indígenas no Brasil”, comunicou a CBB no Instagram.
A nota publicada resume a vida dedicada a cumprir o chamado e o dom dado por Deus, além de detalhar os mais de 40 anos como missionário da Junta de Missões Nacionais da CBB.
Há cinco anos, Rinaldo de Mattos foi diagnosticado com uma condição cardíaca que exigiu dele uma mudança de atuação, mas de acordo com a Convenção, isso não impediu que continuasse servindo: “Adaptou-se às limitações físicas e passou a colaborar remotamente, produzindo materiais para a formação de líderes indígenas e mantendo viva sua missão por meio da tecnologia”.
“Seu compromisso inabalável com o chamado de Deus é um testemunho de perseverança. […] Que sua memória seja sempre lembrada como a de um servo fiel que viveu para a glória de Deus”, destacou a nota.
Confira a íntegra da nota de falecimento:
Ao longo de décadas, Rinaldo dedicou sua vida ao serviço entre os Xerente, no Tocantins, onde não apenas pregou o Evangelho, mas também se tornou parte da comunidade, sendo tratado com carinho e respeito como um verdadeiro ancião. Mesmo em idade avançada, continuava a visitar as aldeias, ministrando cursos e fortalecendo a liderança local, como relatou em seu emocionante testemunho aos 83 anos.
Missionário de Missões Nacionais desde 1991, a contribuição de Rinaldo ultrapassou as fronteiras do campo missionário. Ele foi um dos fundadores da Missão ALEM e participou ativamente da criação de iniciativas como o Departamento de Assuntos Indígenas da AMTB e o CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas). Seu livro Sementinhas de Mostarda narra essa trajetória, mostrando como pequenas iniciativas, movidas pela fé, podem gerar frutos duradouros para a glória de Deus.
Mesmo após ser diagnosticado com insuficiência cardíaca aos 85 anos, Rinaldo não cessou seu ministério. Adaptou-se às limitações físicas e passou a colaborar remotamente, produzindo materiais para a formação de líderes indígenas e mantendo viva sua missão por meio da tecnologia. Seu compromisso inabalável com o chamado de Deus é um testemunho de perseverança.
No Centenário de Missões Nacionais, Pr. Rinaldo assim se expressou sobre seu chamado missionário: “Ser missionário é algo muito precioso. Transcende os sonhos e as ambições puramente humanas. Eu só posso dizer que sou grato a Deus por Ele ter me chamado para ser missionário. Trabalhar entre indígenas é uma aventura. Há dificuldades, mas há também recompensas. Quando vejo o que pudemos fazer e o que ainda, pela graça de Deus, estamos fazendo no trabalho missionário, não me arrependo daquele dia, em 1955, quando fiz a minha primeira decisão, em São Paulo, de trabalhar entre os indígenas. Hoje, posso dizer com segurança, que se me fosse dada outra vez a oportunidade de escolher, não hesitaria e escolheria novamente a carreira missionária. Faço minhas as palavras de Paulo: ‘Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus’ (At. 20.24).”
A partida de Rinaldo de Mattos deixa um legado de fé, humildade e dedicação ao Reino. Seu exemplo continuará a inspirar gerações de missionários e líderes cristãos no Brasil e além. Oramos para que o Espírito Santo console sua família, principalmente sua esposa, Gudrun Körber de Mattos, amigos e todos os irmãos e irmãs das comunidades indígenas que foram tocados por sua vida. Que sua memória seja sempre lembrada como a de um servo fiel que viveu para a glória de Deus.
FONTE : Gospel Mais