A petista Márcia Lopes, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, foi convidada pelo presidente Lula (PT) para assumir o Ministério das Mulheres no lugar de Cida Gonçalves e se reunirá com o petista nesta segunda-feira (5) em Brasília.
A informação, divulgada pelo PlatôBR, foi confirmada à Folha pela própria Márcia na noite deste sábado (3). “Recebi sim [o convite] e estarei em Brasília já na segunda-feira. À tarde falarei com o presidente Lula”, afirmou ela à reportagem.
O petista fez o convite para Márcia na sexta-feira (2) por telefone. No mesmo dia, Lula se reuniu por 20 minutos com a atual titular da pasta, Cida Gonçalves, que deixou o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa.
A saída de Cida já era dada como certa pelo entorno do presidente desde o início do ano, no contexto da reforma ministerial, e Márcia era apontada como a favorita para assumir o posto. Aliados de Lula também projetam que o atual secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo, seja substituído. Segundo eles, o presidente teria manifestado descontentamento com o desempenho dele no cargo.
Assistente social e professora, Márcia é filiada ao PT desde a década de 1980 e foi ministra de Lula em 2010, durante o segundo mandato presidencial do petista. Ela é irmã de Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e ex-secretário geral da Presidência.
Márcia também foi uma das coordenadoras do grupo técnico de assistência social no governo de transição, em 2022, junto da ministra Simone Tebet (Planejamento) e da ex-ministra Tereza Campello.
A troca no Ministério das Mulheres ocorre em meio às tentativas de Lula de retomar a reforma ministerial prometida para 2025 e adiada após sucessivas crises enfrentadas pela gestão. Caso Márcia aceite assumir a pasta, a troca no primeiro escalão do governo será a sexta ocorrida desde o início do ano.
Apesar disso, a maioria das alterações na Esplanada dos Ministérios foi entre petistas, e as de fora do partido ocorreram diante de eventos externos, como escândalos ou denúncias de corrupção.
Nessa sexta, Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do Ministério da Previdência em meio à crise dos descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Wolney Queiroz (PDT), número dois de Lupi na pasta, foi empossado como ministro no mesmo dia.
Em abril, Juscelino Filho (União Brasil) deixou o Ministério das Comunicações após ter sido denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de corrupção passiva relacionada ao desvio de emendas.
O deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA) chegou a ser oficialmente anunciado como novo ministro, mas 12 dias depois recusou o convite e provocou novo constrangimento para o governo. A gestão nomeou para o comando da pasta outra indicação do partido, Frederico Siqueira, então presidente da Telebras.
Em janeiro, Lula promoveu a primeira troca no primeiro escalão ao nomear Sidônio Palmeira na Secom (Secretaria de Comunicação do Palácio da Presidência) no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). No mês seguinte, ele demitiu Nísia Trindade do Ministério da Saúde e realocou Alexandre Padilha para o cargo. No lugar dele, à frente da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Lula nomeou a ex-presidente do PT Gleisi Hoffmann.
noticia por : UOL