Fãs paulistas da cantora pop norte-americana Lady Gaga que compraram suas passagens por aplicativo tiveram problemas para embarcar para o Rio de Janeiro nesta quarta-feira (30). O show será gratuito e está marcado para sábado (3), na praia de Copacabana.
A viação Nossa Senhora da Penha, responsável pelas viagens, teve cancelada a sua autorização de operar no itinerário e não avisou aos clientes que haviam adquirido as passagens. Os reclamantes usaram o Clickbus e o Mobifácil para comprar os bilhetes com antecedência e foram surpreendidos pelo cancelamento.
Os aplicativos ofereciam apenas a opção de reembolso. “O preço para comprar uma nova passagem hoje é muito maior do que eu paguei. Gastarei mais e viajarei com menos conforto”, afirma a publicitária Julia Vaz, 27, uma das afetadas pelo problema. Ela diz que a compra foi feita há mais de um mês.
As passagens adquiridas anteriormente eram de semileito e custaram R$ 415 por pessoa. As novas custaram R$ 590 cada e são em ônibus comum. Julia conta que vai viajar com outros 13 amigos, e três deles iriam com ela no mesmo ônibus.
“Era uma viagem planejada faz muito tempo, combinamos de ir juntos no ano passado ainda”, diz. Ela conta que o apartamento onde ficarão, em Copacabana, foi alugado antes mesmo da confirmação oficial do show.
A alegação dos aplicativos, em conversar com os usuários, é que fazem apenas a intermediação do negócio e que o cancelamento ou remarcação das passagens teria de ser feito pela empresa de ônibus, responsável pelas viagens.
A Penha afirma que não cancelou as viagens por vontade própria. O superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário de Passageiros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) suspendeu, no último dia 24 de março, a autorização para a empresa fazer a linha entre as duas cidades. Outras oito linhas da empresa perderam a autorização pela mesma decisão.
A ANTT foi obrigada a tomar a decisão depois que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) concedeu uma liminar para a Transportadora Turística Suzano, de um grupo concorrente, que buscava retomar a autorização para operação das linhas. A Suzantur ou Nova Itapemirim arrendou algumas linhas da antiga Itapemirim após a falência do grupo, em 2022. A Penha faz parte do Grupo Comporte, ligado à família Constantino.
Insatisfeito com a possibilidade de reembolso, Bruno Vargas Ritta buscou a Justiça para garantir a sua ida para o show sem novos gastos. Sua passagem estava marcada para o próprio dia, às 7h, e ele havia pago R$ 345,25. Ele entrou com a ação, com pedido de liminar na terça.
Na ação, o advogado Mário Luís da Silva Filho, que o representa, alega que o jovem não teria interesse no reembolso e queria que o serviço fosse prestado. A juíza Ligia Maria Tegao Nave, do Fórum Regional do Ipiranga, concedeu a liminar nesta quarta e deu um prazo de 24 horas para que a empresa providenciasse outra passagem para que Bruno pudesse fazer a viagem no dia marcado e fixou uma multa de R$ 2.000 por descumprimento.
Segundo Silva Filho, a situação foi resolvida e a empresa concordou em comprar uma passagem de outra empresa para entregar a seu cliente. Procurada sobre a ação, a Penha não respondeu.
noticia por : UOL