Em reação, Israel afirmou não haver escassez de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e acusou Guterres de “espalhar calúnias”. Segundo o governo de Netanyahu, os mais de “25 mil caminhões de ajuda que entraram em Gaza durante o cessar-fogo foram usados pelo Hamas para reconstruir sua máquina de guerra”.
Seis organizações da ONU – incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) fizeram um apelo, no início do mês, aos líderes mundiais para a adoção de medidas de proteção aos palestinos da Faixa de Gaza a fim de garantir os princípios básicos do Direito Humanitário Internacional.
“Mais de 2,1 milhão de pessoas estão presas, bombardeadas e famintas novamente, enquanto nos pontos de passagem, os suprimentos de alimentos, medicamentos, combustível e abrigos estão se acumulando, e equipamentos vitais estão retidos”, relataram as entidades.
Mandado de prisão para Netanyahu
Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional não faz parte da ONU, embora tenha sido aprovado por sua Assembleia Geral. Nem todos os 193 países da ONU são parte do TPI ou reconhecem sua jurisdição, como é o caso de Israel, EUA, Rússia, China e Irã. O TPI, também sediado em Haia, investiga e julga indivíduos – e não países como a CIJ – acusados dos crimes de genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e agressão.
Israel não é signatário do Tribunal Penal Internacional, mas isso, não exime suas autoridades de serem alvo de seus mandados. Em novembro do ano passado, o TPI emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade. Haia ainda expediu mandados de prisão para dois líderes do Hamas, ambos mortos por Israel.
noticia por : UOL