Um jovem paquistanês que passou seis meses sem falar, em meio a relatos de “opressão por legiões malignas”, que neste caso pode ser interpretado também como possessão por por demônios, recuperou a voz durante um culto de libertação realizado em Punjab, província do Paquistão, no início de abril.
O caso foi relatado pela missionária brasileira Joani Bentes, conhecida como Tia Jô, líder da organização “Até Que Todos Saibam”, em publicação no Instagram na última sexta-feira (5/04).
Segundo Bentes, o jovem foi levado por familiares a uma campanha evangelística organizada pelo ministério em parceria com uma igreja local. “Ele estava com a língua presa há seis meses, completamente oprimido. Sua boca já tinha marcas de torturas de tentativas anteriores para fazê-lo falar. A família chegou desesperada, chorando por socorro”, descreveu a missionária.
O Paquistão ocupa a 7ª posição no Índice Global de Perseguição a Cristãos 2023, elaborado pela Portas Abertas. Ataques a minorias religiosas são frequentes: em janeiro de 2024, dois cristãos foram linchados em Punjab sob acusação de blasfêmia.
Por segurança, o culto que libertou o jovem foi protegido por guardas armados, prática comum em eventos cristãos no país.
Relato
Tia Jô descreveu que, após orações lideradas por ela e pastores locais “clamando o sangue de Jesus”, o jovem começou a falar em frente aos presentes.
“Foi um milagre real. Ele pronunciou o nome de Jesus claramente, algo que médicos e curandeiros não conseguiram resolver em meses”, afirmou. Vídeos compartilhados pela missão mostram o momento em que o homem articula palavras, enquanto participantes aplaudem.
Atuação da Missão:
A organização “Até Que Todos Saibam” atua no Paquistão desde 2018, com foco em:
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Apoio a cristãos perseguidos: 47 famílias foram resgatadas de fábricas de tijolos onde trabalhavam em regime análogo à escravidão, segundo relatório de março 2024.
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Educação: Mantém duas escolas que atendem 600 crianças, oferecendo alimentação diária e ensino em áreas de maioria muçulmana.
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Ajuda humanitária: Distribui mensalmente 1,2 toneladas de alimentos a viúvas e órfãos cristãos.
Reações:
O caso gerou debates nas redes sociais. Enquanto seguidores da missão celebraram “prova do poder divino”, usuários paquistaneses criticaram a “narrativa de conversão” em um país onde o proselitismo religioso é criminalizado.
A missão não divulgou a identidade do jovem liberto dos demônios, ou laudos médicos anteriores, citando “proteção contra retaliações”.
A equipe de Bentes prepara uma nova campanha em Karachi (maio 2025), com reforço de segurança após ameaças de grupos extremistas. A meta é ampliar o resgate de famílias escravizadas por demônios para 60 até o fim do ano.
FONTE : Gospel Mais