23 de abril de 2025 - 18:06

Revista diz que Edir Macedo teria obrigado Record a ‘ignorar’ morte do papa

A emissora Record TV, de propriedade do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, teria recebido orientação para não dar destaque à cobertura da morte do papa Francisco, falecido na segunda-feira, 21 de abril de 2025.

A informação foi divulgada pela revista Veja e reiterada por outros veículos. Enquanto canais como Globo, SBT e Band interromperam a programação para transmitir informações sobre o falecimento do pontífice, a Record manteve sua grade regular, limitando-se a breves menções no JR 24h.

Segundo apuração da coluna F5, do jornal Folha de S.Paulo, a emissora abordou o tema em todos os seus telejornais, mas por tempo reduzido. No total, foram registrados 15 minutos e 10 segundos de cobertura ao longo do dia. O programa Fala Brasil destinou 1 minuto e 40 segundos ao assunto, enquanto o Hoje em Dia mencionou o fato por apenas 1 minuto e 5 segundos.

Essa postura, segundo analistas, repete decisões anteriores da emissora em momentos envolvendo o Vaticano. Em 2005, com a morte de João Paulo II, e em 2013, na renúncia de Bento XVI, a Record também adotou uma abordagem discreta.

A emissora pertence ao Grupo Record desde sua aquisição por Edir Macedo nos anos 1990. Desde então, mantém um padrão editorial que evita o aprofundamento em temas ligados à Igreja Católica devido a atritos públicos entre o fundador da Igreja Universal e o clero católico no país.

Em contraste, a Globo liderou a cobertura da morte de Francisco, dedicando quase oito horas à notícia. O SBT contabilizou 7 horas e 48 minutos, considerando a programação nacional e local, e a Band somou 4 horas e 32 minutos. A RedeTV! dedicou 1 hora e 54 minutos ao tema.

Além disso, Globo, SBT, Band e RedeTV! mobilizaram equipes jornalísticas e enviaram correspondentes ao Vaticano. Da mesma forma, nesta quarta-feira, 23 de abril, a Record exibiu reportagem direto do Vaticano com o repórter Mauro Junior.

Nos bastidores da emissora, de acordo com a revista Veja, a expectativa é de que o funeral do papa, previsto para sábado, 26 de abril, seja tratado com discrição. Segundo relatos internos, o departamento de jornalismo aguarda novas instruções, que deverão ser transmitidas apenas na manhã do dia do funeral.

A orientação atual, segundo a reportagem, é cobrir o sepultamento como um fato noticioso, mas sem aprofundamento ou destaque. Até o momento, a emissora não se pronunciou oficialmente sobre os critérios editoriais adotados para a cobertura da morte do líder da Igreja Católica.

FONTE : Gospel Mais

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