Euclides Ferreira, 73, preso em flagrante por suspeita de explodir um botijão de gás na Brasilândia, zona norte de São Paulo, na manhã desta terça-feira (22), e causar o desabamento da casa, que resultou na morte de sua bisneta de quatro meses, tem histórico de conflitos familiares.
Ferreira vivia na casa de baixo do terreno da família, enquanto a neta, o marido dela, e duas crianças, incluindo Maitê Alice Ferreira Medeiros, a bebê que morreu, moravam na casa de cima do terreno. As duas casas desabaram com o impacto da explosão. Ele ainda não tem defesa constituída.
Segundo o boletim de ocorrência, o frentista Vinicius de Medeiros Bispo disse que morava na parte de cima do imóvel, há um ano e meio, com a esposa Juliana Karina Ferreira, 30, a enteada de 12 anos e a bebê que morreu Segundo ele, o avô da esposa queria que eles deixassem o imóvel e que isso era motivo de constantes desavenças.
O frentista afirmou que o idoso sempre o tratou mal, corria atrás dele com faca e o ameaçava de morte. Disse que nunca registrou boletim de ocorrência porque achava que Ferreira tinha problemas psicológicos, mas nunca se tratou. Afirmou que no mês retrasado chegaram a brigar fisicamente, trocando agressões.
Ele relatou que Ferreira é alcoólatra e, recentemente, a filha dele o levou para fazer uma série de exames, que não constataram problemas psicológicos.
O frentista afirmou que apesar do “inferno” que era a convivência com o idoso, está desempregado e não teria como sustentar a família e pagar aluguel.
O frentista contou que estranhou na segunda-feira (21) quando viu Ferreira passando com um botijão de gás, pois já tinha comprado um pouco tempo antes.
Ele contou que acordou por volta das 6h, com o teto desabando, e com a enteada dizendo que a perna estava quebrada. Que tentava achar as meninas nos escombros, mas não conseguia. Ele afirma ter visto o idoso pulando por cima dos escombros e que ele estava com o corpo muito queimado.
PMs encontraram o idoso pulando um muro e o detiveram. Ele teve 50% do corpo queimado e está internado no Hospital Vila Penteado. Segundo o registro policial, ele contou que abriu o botijão de gás e não conseguiu mais fechá-lo. Por isso, deixou vazando por duas horas, depois, acendeu um isqueiro para encontrar o telefone celular, e que nesse momento, ocorreu a explosão. Afirmou que a casa é dele e que tem muitos problemas com a neta e o companheiro.
Segundo o Tribunal de Justiça, foi analisado que a prisão em flagrante foi regular e que é o caso de converter em prisão preventiva (sem prazo). “Quando ele receber alta, será trazido para audiência de custódia, o que é obrigatório, e, então, encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória). Até lá, o acusado continua no hospital, mas já preso preventivamente”, afirmou.
noticia por : UOL