16 de abril de 2025 - 0:39

O que vira um crente que deixa o Evangelho? Veja o que este estudo descobriu

Um estudo conduzido pelo Pew Research Center em todo o mundo revelou um aumento significativo de casos em que um crente deixa o cristianismo e muda de postura radicalmente. A pesquisa, realizada em 36 nações, identificou que a maioria dos ex-cristãos passou a se declarar ateia, agnóstica ou sem filiação religiosa.

No Brasil, 11% da população se identifica atualmente como sem religião. Entre os entrevistados que foram criados na fé cristã, 21% afirmaram não seguir mais a religião da infância.

A Espanha apresentou o maior índice de abandono do cristianismo, com 35%, seguida por Suécia e Alemanha, que também figuram entre os países com maior desfiliação religiosa.

De acordo com o levantamento, o cristianismo possui, na maioria dos países analisados, as maiores taxas de perda líquida de fiéis — ou seja, mais pessoas deixam a fé do que aquelas que passam a segui-la. No caso brasileiro, para cada pessoa que se converte ao cristianismo após ser educada em outra religião ou em nenhuma, quase seis pessoas (5,7%) deixam a fé cristã.

Fatores do abandono

O pastor Acyr de Gerone Junior, da Igreja Missionária Evangélica Maranata, no Rio de Janeiro (RJ), atribui parte desse fenômeno à secularização da sociedade. Segundo ele, há uma tendência crescente de pessoas que deixam de considerar a religião como um aspecto essencial de suas vidas.

“Cada vez mais pessoas optam por uma espiritualidade desvinculada de práticas religiosas institucionais”, afirmou, em entrevista à revista Comunhão.

Outro fator mencionado pelo líder religioso é o aumento do poder aquisitivo, especialmente em países desenvolvidos: “As pessoas passam a priorizar outras atividades e, aos poucos, se afastam da igreja e da fé”, observou.

Acyr também destacou a dimensão espiritual do problema. De acordo com ele, o esfriamento da fé e o abandono da religião são descritos nas Escrituras como sinais da apostasia: “Há aspectos bíblicos que também precisam ser considerados, como a batalha espiritual e os sinais dos últimos tempos”, declarou.

Chamada à centralidade bíblica

Apesar dos fatores externos, o pastor considera que o cristianismo precisa olhar para dentro de si. Ele avalia que o atual modelo de igreja tem contribuído para o afastamento dos fiéis. “Há muita gente decepcionada. O desencanto também leva ao abandono da fé”, disse.

Segundo ele, lideranças despreparadas e comportamentos incoerentes com os princípios cristãos alimentam o fenômeno dos desigrejados — aqueles que deixam de frequentar instituições religiosas, embora mantenham crenças pessoais.

Acyr também chamou atenção para o fato de que muitos dos que deixam o cristianismo no Brasil não aderem a outras religiões. Para ele, isso aponta para uma crise espiritual mais profunda, semelhante ao cenário observado em nações europeias e nos Estados Unidos. Entre os motivos, ele cita a falta de discipulado e a escassez de igrejas comprometidas com o ensino bíblico.

“O que vemos hoje são igrejas que abandonam o conteúdo bíblico. Os cultos deixam de ser cristocêntricos, as músicas são voltadas ao ser humano, e as pregações atendem a desejos pessoais. Isso cansa as pessoas, que acabam se afastando por não encontrarem o Evangelho verdadeiro”, afirmou.

Diante do cenário, o pastor defende uma retomada da centralidade das Escrituras na vida cristã. Ele ressalta a importância da leitura bíblica diária, da prática devocional e do discipulado: “Seguir Jesus exige obediência. É preciso recuperar o modelo bíblico de igreja e de fé cristã individual. A igreja precisa voltar a ser bíblica, e os cristãos, à Palavra”, concluiu.

FONTE : Gospel Mais

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