Uma série de juízes de Rondônia recebeu pagamentos acima de R$ 1 milhão em fevereiro de 2024. Eles ficaram entre os magistrados de melhor remuneração do país, passando de R$ 2 milhões líquidos recebidos no ano.
Os pagamentos estão relacionados a um penduricalho reinstituído recentemente pelo TJ-RO, que não é a única corte a ressuscitar velhos benefícios extintos por uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
É sobre essa apuração que José Roberto de Toledo conversa com o repórter e colunista Tiago Mali no novo episódio do podcast UOL Prime.
“A gente vai descobrir como essa ‘magia’ [do pagamento de R$ 1 milhão] foi possível e se esses pagamentos mágicos aconteceram em outros tribunais brasileiros”, comenta Toledo.
Para a série de reportagens “Brasil dos Privilégios”, a reportagem do UOL analisou 57 milhões de pagamentos depositados nas contas de funcionários dos Três Poderes.
O teto remuneratório do funcionalismo público no Brasil é de R$ 46 mil, referente ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
“Com os penduricalhos, no entanto, a média mensal de remuneração dos juízes ficou em R$ 59 mil, já descontado o imposto”, explica Mali.
“São vários os penduricalhos injustos. Teve até viúvas recebendo mais do que os ex-maridos juízes e auxílio moradia sendo pago para quem se aposentou há décadas”, diz o repórter, que detalha os casos no episódio.
Mali diz que o acúmulo desses adicionais faz com que as categorias mais bem remuneradas do funcionalismo público recebam aumentos no momento em que o governo começa a cortar benefícios sociais para para fazer ajuste fiscal.
O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.
noticia por : UOL