15 de abril de 2025 - 9:56

ChatGPT é questionado qual a única religião verdadeira; Vídeo com a resposta emociona

Durante uma interação com um influenciador digital, o modelo de linguagem ChatGPT foi questionado sobre qual religião seria, em sua avaliação, a mais provável de ser verdadeira. A resposta, dada em uma palavra, foi: “Cristianismo”.

Ao ser solicitado a justificar, a inteligência artificial afirmou basear-se em “evidências históricas, profecias cumpridas e na vida e ressurreição de Jesus”. Em seguida, acrescentou: “a consistência e coerência de seus ensinamentos e o impacto transformador na vida das pessoas”.

A breve troca de mensagens foi registrada e divulgada em plataformas sociais. Abaixo, o trecho da conversa:

ChatGPT, de todas as religiões do mundo, qual você acha que é a mais provável de ser verdadeira? Responda com apenas uma palavra, por favor.
Cristianismo.
Por que você diz isso?
Baseado em evidências históricas, profecias cumpridas e na vida e ressurreição de Jesus.
Alguma outra razão?
A consistência e coerência de seus ensinamentos e o impacto transformador na vida das pessoas.
Muito obrigado, ChatGPT.

A interação gerou reações distintas entre usuários de diferentes tradições religiosas e especialistas em ética digital, especialmente por envolver uma afirmação considerada sensível, vinda de um sistema de inteligência artificial que, segundo seus desenvolvedores, não possui crenças, consciência ou opiniões próprias.

IA em contextos religiosos

O uso de inteligência artificial em ambientes religiosos tem se expandido globalmente. Em Poznan, na Polônia, uma capela moderna incorporou um programa de IA para responder a dúvidas sobre o catolicismo. Os visitantes fazem perguntas por meio de um terminal eletrônico e recebem respostas diretas e doutrinariamente alinhadas com os ensinamentos da Igreja.

Na Finlândia, uma igreja luterana testou, em 2023, um culto quase inteiramente produzido por inteligência artificial. A IA foi responsável pela elaboração do sermão, escolha dos hinos e estrutura litúrgica. Embora a iniciativa tenha sido considerada inovadora, fiéis relataram a ausência de conexão emocional e empatia, fatores normalmente associados à experiência religiosa presencial.

Nos Estados Unidos, o uso da IA em práticas pastorais também tem gerado debates. O reverendo Colin Bossen, líder da Primeira Igreja Universalista de Houston, no Texas, utilizou o ChatGPT para redigir partes de um sermão.

Em entrevista posterior, destacou: “A IA pode ajudar a organizar ideias, mas não substitui a experiência pastoral nem a orientação espiritual que o ser humano oferece”.

Reações e reflexões teológicas

Dentro da comunidade cristã, as reações são variadas. Alguns líderes enxergam a IA como ferramenta útil na divulgação da fé e no apoio à formação bíblica. Outros alertam para os riscos de se delegar à máquina tarefas que envolvem discernimento espiritual, aconselhamento ou ministração litúrgica.

“É importante manter a centralidade do ser humano na experiência de fé”, afirmou a pastora Elizabeth Reeser, do Sínodo Evangélico da Pensilvânia: “As tecnologias devem ser complementares, e não substitutivas da comunhão e da escuta pessoal.”

O teólogo e professor de ética digital Michael Hanley observa que o uso da IA em contextos religiosos exige critérios claros: “Estamos lidando com algoritmos que organizam dados, não com entidades capazes de compreender transcendência. É preciso cuidado para que a fé não seja reduzida a informação computacional”, declarou, conforme informações da revista Comunhão.

Fé, tecnologia e discernimento

A resposta dada pelo ChatGPT, indicando o cristianismo como a religião “mais provável” de ser verdadeira, reflete padrões presentes nos dados utilizados para seu treinamento, que incluem textos religiosos, acadêmicos e culturais predominantemente ocidentais. O próprio sistema reconhece não possuir consciência ou crença, operando unicamente com base em probabilidades linguísticas.

A crescente presença da inteligência artificial na esfera religiosa levanta, portanto, questões fundamentais sobre a relação entre fé, linguagem e tecnologia. Para estudiosos e líderes religiosos, o desafio está em discernir como essas ferramentas podem contribuir para a espiritualidade sem comprometer os princípios essenciais da fé vivida e relacional.

A discussão permanece aberta. Segundo especialistas, o avanço da tecnologia exigirá diálogo contínuo entre teólogos, programadores e comunidades de fé: “Devemos perguntar constantemente: o que é essencialmente humano na experiência religiosa?”, concluiu Hanley.

FONTE : Gospel Mais

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