8 de abril de 2025 - 4:46

‘Ele mandava tirar a roupa’: portal publica novas acusações contra Paulo Júnior

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Uma série de acusações graves contra o pastor Paulo Júnior, ex-líder da Igreja Aliança do Calvário, vem gerando repercussão nas redes sociais. Acusações apresentadas indicam práticas abusivas, manipulação psicológica e condutas que podem ser enquadradas juridicamente como crimes contra a dignidade sexual e contra a honra.

Paulo Júnior foi oficialmente desligado da liderança da igreja após um processo interno iniciado em novembro de 2024 e concluído em assembleia realizada no início de 2025.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, o pastor admitiu cometer “erros” e declarou ter falhado como pastor, pai e marido.

Entretanto, especialistas apontam que essa manifestação não caracteriza uma confissão formal dos atos denunciados pelo Fuxico Gospel.

Entre as práticas descritas pelas vítimas, está a acusação de que Paulo Júnior convidava jovens – alguns menores de idade – para sessões chamadas por ele de “ensino sobre higiene pessoal”, nas quais os participantes eram levados a tomar banho nus na presença do líder religioso.

Segundo os testemunhos, o argumento utilizado era que os pais não teriam ensinado corretamente a higiene pessoal, cabendo então ao pastor exercer esse papel supostamente “paternal”.

Outro aspecto das denúncias envolve sessões de aconselhamento espiritual e discipulado, onde, conforme relatos, o pastor exigia que jovens descrevessem detalhadamente práticas sexuais íntimas, especialmente relacionadas à masturbação. A justificativa dada seria de que uma confissão completa exigiria detalhes minuciosos para ter validade espiritual.

Legislação

Advogados consultados explicam que tais práticas podem configurar crimes previstos no Código Penal Brasileiro, como o artigo 215-A, referente à violência sexual mediante fraude.

De acordo com a advogada criminalista Gabriela Coelho, “se ficar comprovado que o líder usava sua posição espiritual para induzir jovens a situações constrangedoras ou de exposição sexual, isso pode configurar crime sexual mediante fraude”.

Além disso, segundo a advogada, condutas como manipulação emocional ou constrangimento psicológico com caráter sexual também podem configurar crimes como assédio moral, abuso de autoridade ou corrupção de menores.

A Igreja Aliança do Calvário publicou, após críticas pelo atraso, uma comunicado oficial reconhecendo que houve “constrangimento emocional e espiritual através de ações verbais e não verbais”, admitindo ainda práticas como alternância entre hostilidade e silêncio como forma de manipulação. Juridicamente, essas condutas também podem resultar em processos por dano moral coletivo.

Ex-membros relatam que enfrentam atualmente transtornos psicológicos severos, incluindo tentativas de suicídio: “Só depois de sair daquele ambiente conseguimos entender o que vivemos”, teria dito uma das vítimas, não identificada pela matéria do portal.

As acusações vão além da manipulação emocional e sexual. Paulo Júnior também é acusado por testemunhas de agressões físicas contra músicos da igreja, inclusive durante cultos, sob alegação de erros durante o louvor.

Especialistas apontam que, caso as denúncias sejam formalmente investigadas e comprovadas, Paulo Júnior poderá responder criminalmente, com penas que podem ultrapassar dez anos de prisão, especialmente em casos envolvendo crimes sexuais contra vulneráveis ou violência psicológica.

Segundo psicólogos, o silêncio das vítimas é comum em contextos religiosos onde há forte hierarquia e autoridade espiritual: “Quando o abusador é visto como pai espiritual, questionar é frequentemente interpretado como rebeldia, e o reconhecimento do trauma costuma ocorrer anos depois”, explica a psicóloga Jessica Batista.

FONTE : Gospel Mais

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