Líder da ultradireita na França, Marine Le Pen disse que vai se inspirar em Martin Luther King Jr., assassinado em 1968 por lutar contra a segregação racial nos Estados Unidos, para enfrentar sua inabilitação política de cinco anos.
Há quase uma semana, a pré-candidata à Presidência foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu para o caixa de seu partido, a Reunião Nacional (RN), e impedida de concorrer a cargos públicos por cinco anos —medida que entrou em vigor imediatamente apesar de ainda ser passível de recursos.
Caso não consiga reverter a decisão nos tribunais, Le Pen estará fora das eleições de 2027, o que seria um revés catastrófico para a política, que trabalha para suavizar sua imagem ao menos desde 2017, quando sofreu a primeira derrota para o atual presidente francês, Emmanuel Macron.
“A nossa luta é também uma luta pelos direitos civis. Pois claramente existem várias categorias de cidadãos na França”, afirmou a milhares de apoiadores que agitavam bandeiras francesas na Place Vauban, em Paris.
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“A nossa linha de conduta nunca será a da brutalização, mas sim a pacífica do pastor Martin Luther King, que lutou pelos direitos civis dos cidadãos americanos na época oprimidos e privados de direitos. Para isso, pretendemos convidar todos os franceses amantes da liberdade a se juntarem a nós numa resistência pacífica, democrática, popular e patriótica”, continuou.
Não houve uma estimativa imediata da polícia a respeito do número de manifestantes no protesto, apontado como um termômetro para a popularidade da política, mas os organizadores da marcha disseram que cerca de 15 mil pessoas estavam presentes.
A aposentada Marie-Claude Bonnefont, 79, uma das participantes do ato, disse à Reuters ser contra “essa piada de decisão contra Le Pen”. Outra manifestante, a estudante de ciência política Typhaine Quere, também criticou a medida. “Deveríamos realmente questionar a imparcialidade dos juízes”, afirmou à agência de notícias.
noticia por : UOL