Butaleja, Uganda – Uma mulher muçulmana foi presa após envenenar um casal cristão no distrito de Butaleja, no leste de Uganda, resultando também na morte de sua própria filha. O caso, ocorrido entre os dias 16 e 17 de março de 2025, foi confirmado por moradores locais e relatado por fontes próximas às vítimas.
Vítimas fatais: uma grávida, seu marido e a filha da autora
Doreen Nairuba, uma cristã grávida de seis meses, morreu em 16 de março após ingerir comida envenenada fornecida por sua vizinha, Hanifa Hamiyat, residente na cidade de Nabiganda. Seu marido, Jackson Wampula, faleceu no dia seguinte em decorrência do mesmo envenenamento, segundo relatos de vizinhos.
Marriam Kapisa, filha de 18 anos de Hamiyat, também morreu após consumir parte da refeição envenenada. Segundo testemunhas, ela não sabia que a comida havia sido adulterada pela própria mãe.
De acordo com uma fonte local que preferiu não se identificar por questões de segurança, Nairuba havia convidado Kapisa para um culto cristão marcado para 17 de março. A jovem já havia concluído o ensino médio e aguardava os resultados para ingresso na universidade. Esse convite teria irritado a mãe, Hamiyat, que decidiu preparar a refeição envenenada.
Envenenamento no Ramadã
A tragédia aconteceu durante o mês sagrado do Ramadã, período em que é comum que famílias muçulmanas compartilhem refeições ao final do jejum diário. Às 19h do dia 16 de março, Hamiyat enviou sua filha com a refeição destinada ao casal cristão. Kapisa, sem saber da presença do veneno, também consumiu a comida junto a Nairuba. Segundo uma testemunha:
“A filha não sabia que a mãe tinha colocado veneno na comida. Quando chegou à casa de Doreen, as três participaram da partilha da comida e, imediatamente depois, ela foi embora.”
Pouco depois de retornar para casa, Kapisa passou a vomitar e se queixar de dores intensas no estômago. Ao relatar à mãe que havia comido junto com o casal cristão, Hamiyat entrou em desespero. Segundo a mesma fonte:
“Ao ouvir isso, Hamiyat gritou em voz alta: ‘Allah Karim [Generoso Alá], eu me matei’.”
A jovem foi levada a um hospital próximo, mas não resistiu. Na mesma noite, o casal também apresentou sintomas graves de envenenamento e buscou ajuda de um vizinho, que os levou a uma clínica e depois a um hospital, onde Nairuba morreu antes de receber atendimento completo. Wampula faleceu no dia seguinte.
Testes realizados por médicos confirmaram a presença de substâncias venenosas nos restos da refeição. A polícia local deteve Hanifa Hamiyat, que confessou o crime durante o interrogatório.
“Eu nunca tive a intenção de matar minha filha, mas meu plano era matar os vizinhos por levar minha filha à igreja durante este mês sagrado do Ramadã,” declarou Hamiyat, segundo uma fonte. “Nosso imã nos garantiu que quando você mata um kafir [infiel], Alá recompensa você com um Jannah [paraíso] chamado Firdausi, então eu queria obter esse Jannah.”
Hamiyat permanece sob custódia policial. Uma audiência está marcada para o dia 2 de abril.
Evangelistas cristãos atacados em Iganga
Em outro episódio de violência religiosa, dois evangelistas cristãos foram espancados e esfaqueados durante uma ação de evangelização ao ar livre no distrito de Iganga, também no leste de Uganda, no dia 14 de março.
Ephraim Idube, 32, e Tefiiro Mwanani, 40, haviam viajado da cidade de Buseesa para pregar aos muçulmanos em Iganga. Usando alto-falantes portáteis, proclamavam publicamente a fé cristã e afirmavam que Cristo é o único caminho para o Céu, enquanto criticavam o profeta Maomé. A declaração provocou a reação de um grupo de muçulmanos locais.
“Os muçulmanos chegaram em grande número e começaram a gritar enquanto nos perguntavam por que estávamos fazendo barulho e colocando seu profeta em uma posição inferior em seu mês sagrado do Ramadã”, relatou Mwanani ao Morning Star News.
Um dos agressores arrancou os fios dos alto-falantes e agrediu Mwanani com um martelo. Outro, identificado como Bruhan Isabirye, pegou uma panga (espada longa) de um açougue próximo e atacou os dois evangelistas.
“Muitas pessoas, incluindo cristãos, vieram nos resgatar e pegaram a panga de sua mão. Embora fosse um pouco tarde, tínhamos sangrado muito, mas agradecemos a Deus que a ajuda chegou e fomos levados ao hospital,” disse Mwanani.
Ambos os homens foram internados em estado crítico no Hospital de Iganga, conforme informações de um contato local, segundo o The Christian Post.
Contexto legal e religioso
A Constituição de Uganda garante liberdade religiosa, incluindo o direito de pregar, converter e praticar qualquer fé. Apesar disso, episódios de violência religiosa têm se tornado frequentes no país, especialmente no leste, onde a população muçulmana representa uma minoria de cerca de 12%, com forte presença nas regiões de Butaleja e Iganga.
Diversos incidentes semelhantes vêm sendo documentados por organizações como o Morning Star News, que monitora casos de perseguição religiosa contra cristãos em países de maioria muçulmana ou com tensões religiosas intensas.
FONTE : Gospel Mais