2 de abril de 2025 - 4:16

Mortes: Ajudou a democratizar o conhecimento no país

Isaac Roitman encantou Darcy Ribeiro. Este lembrava daquele em todos seus grandes projetos. Juntos, eles pavimentaram e abrilhantaram o ensino superior público brasileiro.

Nascido na litorânea Santos (SP), em 12 de janeiro 1939, Roitman viveu na cidade até completar seus estudos secundários. Estudou odontologia na PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), no interior paulista.

Em 1963, partiu para o Rio de Janeiro, onde fez um curso de especialização em microbiologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Em seguida, foi convidado a realizar o doutorado no laboratório de fisiologia microbiana, obtendo o título em 1967.

Sua carreira profissional começou em 1964, na própria federal carioca, onde se tornou professor-assistente até 1969 e, posteriormente, professor-adjunto até 1974. As raízes de Roitman, porém, foram fincadas a mais de mil quilômetros dali, na UnB (Universidade de Brasília).

Em 1972, o pesquisador ingressou na instituição como professor-adjunto visitante, função que exerceu até 1974. Depois, foi convidado para criar o laboratório de microbiologia da universidade, onde conheceu Darcy, que fundara a instituição uma década antes.

O sociólogo ficou deslumbrado com a paixão de Roitman pelo ensino e sua gana em construir um país mais democrático por meio do acesso ao conhecimento. Paixão sentida por todos que cruzaram a vida do professor, caso de Rozana Naves, atual reitora da Universidade de Brasília.

Segundo ela, Roitman foi uma referência na ciência e na educação e “dedicou sua vida à pesquisa, à formação de novas gerações e à construção de políticas públicas para o avanço do conhecimento no Brasil”.

A convite de Darcy, o pesquisador ainda dirigiu o Centro de Biociências e Biotecnologia da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), outro projeto idealizado pelo sociólogo.

Gostava de um bom diálogo e sempre esteve aberto a discutir o Brasil, concordando ou não com seus interlocutores. Sua casa esteve sempre aberta para aliados e críticos.

O percurso de Roitman foi amplamente reconhecido. Tornou-se professor emérito da federal de Brasília, pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e membro da Academia Brasileira de Ciências. Recebeu também várias homenagens, entre elas, a Medalha Nacional do Mérito Científico nas categorias comendador e grã-cruz.

Publicou mais de 60 trabalhos em revistas indexadas, editou dois livros e é autor/coautor de oito capítulos em livros. Orientou 27 teses (18 de mestrado e nove de doutorado) e colaborou em mais de 285 artigos.

Isaac Roitman morreu em 7 de março, aos 86 anos. Deixa a esposa, Celina.

noticia por : UOL

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