22 de março de 2025 - 10:58

Cristão é espancado em prisão do Irã após pedir atendimento médico

O caso de Amir-Ali Minaei, cristão iraniano preso e espancado durante sua detenção, foi denunciado pelo grupo de direitos humanos Artigo 18, que descreveu o incidente como um agravamento da condição de saúde do detido, que já sofria de problemas cardíacos após ser submetido a intensos interrogatórios.

Minaei, preso em dezembro de 2023 e mantido por mais de dois meses na Ala 209 da Prisão de Evin, controlada pelo Ministério da Inteligência, teve sua condição diagnosticada após sua libertação sob fiança, mas ainda não foi encaminhado a tratamento médico adequado.

Segundo o Artigo 18, a condição cardíaca de Minaei foi atribuída ao estresse causado por sua detenção inicial e à constante ameaça de prisão.

Em março de 2024, após uma série de interrogatórios, ele foi condenado à privação de direitos sociais, como a proibição de se associar a qualquer organização. O juiz Iman Afshari, do Tribunal Revolucionário do Irã, foi o responsável pela sentença.

Minaei solicitou liberdade condicional em janeiro, mas seu pedido foi bloqueado por agentes do Ministério da Inteligência, que alegaram falta de “cooperação” da parte dele.

Mansour Borji, diretor do Artigo 18, denunciou que muitas vezes os detidos são forçados a aceitar condições extrajudiciais, como colaboração com as autoridades, para obter benefícios como liberdade condicional ou perdão. Ele também afirmou que essas práticas violam os direitos dos prisioneiros, expondo-os a vigilância constante e pressão psicológica.

Com a aproximação do Ano Novo Persa, o Artigo 18 expressou crescente preocupação com a saúde de Minaei, solicitando sua libertação imediata e incondicional, além de exigir a responsabilização do agente penitenciário responsável pelo espancamento de Amir-Ali. O grupo também pediu o reconhecimento das igrejas domésticas no Irã, como o único local de culto acessível aos cristãos iranianos.

O Irã, de acordo com Lista Mundial de Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas, ocupa a nona posição entre os países onde é mais difícil ser cristão. O relatório apontou um aumento significativo na perseguição a cristãos no país, com um número crescente de detenções e penas de prisão impostas a cristãos.

O Artigo 18 também revelou que, em 2024, tribunais islâmicos impuseram seis vezes mais penas de prisão a cristãos do que no ano anterior, com 96 cristãos condenados a 263 anos de prisão por praticarem sua fé.

A repressão religiosa no Irã inclui também multas pesadas, com o governo iraniano utilizando medidas financeiras severas contra grupos religiosos dissidentes, argumentando tratar-se de uma questão de “segurança nacional”.

De acordo com o The Christian Post, essas medidas são justificadas pelas autoridades iranianas como resposta à suposta ameaça que a expansão do cristianismo representa para a segurança do país.

FONTE : Gospel Mais

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