O governo do Peru anunciou no domingo (16) que vai decretar estado de emergência em Lima para combater o crime organizado, permitindo a atuação conjunta das Forças Armadas e da polícia após o aumento de crimes relacionados à extorsão na capital. A decisão ocorre no dia do assassinato de um cantor de cúmbia, ritmo popular no país.
O chefe do gabinete ministerial, Gustavo Adrianzén, divulgou a medida na rede social X. “Nas próximas horas será decretado estado de emergência em toda a província de Lima e Constitucional de Callao, com a mobilização de tropas de nossas Forças Armadas em apoio à Polícia Nacional.”
A determinação foi concretizada após uma reunião entre a presidente do país, Dina Boluarte, e seus ministros, no dia que marcou o assassinato de Paul Flores, conhecido como “El Russo”, vocalista do grupo peruano Armonía 10, por um grupo de criminosos.
“Garanto que este crime repudiável não ficará impune”, disse Adrianzén. A duração do estado de emergência não foi divulgada.
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Paul Flores morreu na madrugada de domingo quando vários criminosos em motos abriram fogo contra o ônibus da banda no momento em que deixavam o local de uma apresentação no distrito de San Juan de Lurigancho, ao leste de Lima. Dois disparos atingiram o vocalista, segundo o motorista do veículo.
De acordo com as investigações iniciais, cerca de 30 integrantes do conjunto viajavam no ônibus quando ele foi interceptado, de acordo com o site Infobae. A Polícia Nacional (PNP) recolheu depoimentos no hospital, onde também compareceram familiares e outros artistas.
O Armonía 10, ao lado de outros grupos musicais, era ameaçado por gangues que exigiam o pagamento de até 20 mil soles (cerca de R$ 30 mil) para poder continuar com suas apresentações, segundo integrantes do conjunto. O motivo da extorsão é incerto.
A banda emitiu um comunicado exigindo que a morte de Flores não fique impune e expressando suas condolências à esposa, ao filho, à família e aos amigos.
O aumento da violência urbana nos primeiros meses do ano registra níveis alarmantes, com mais de 400 homicídios, segundo a imprensa local.
Não é a primeira vez que o Peru recorre aos militares para reforçar a segurança em Lima. No ano passado, aplicou a mesma medida, em vigor até dezembro.
Segundo as autoridades, o crime organizado mudou consideravelmente nos últimos anos devido à crise migratória na Venezuela, o tráfico de armas de fogo e a presença de gangues como o Tren de Aragua, de origem venezuelana.
noticia por : UOL