17 de março de 2025 - 19:38

Lobista envolvido em venda de sentenças é transferido da PCE para presídio federal em Brasília

APARECIDO CARMO

DO REPÓRTERMT

O lobista Andreson Gonçalves, acusado de envolvimento com um esquema de venda de sentenças em tribunais de Justiça estaduais, como o de Mato Grosso, e até mesmo no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, foi transferido da Penitenciária Central do Estado (PCE) para a Penitenciária Federal de Brasília, unidade de segurança máxima. Ao se manifestar a favor do pedido, o procurador-geral da República destacou a questão da segurança à integridade do preso. A informação é do portal UOL.

A decisão, do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi tomada após a defesa de Andreson afirmar que ele havia perdido cerca de 10 kg na cadeia e comparar a prisão aos métodos da Operação Lava Jato, usando do que chamou de “tortura” para obter uma delação. Andreson também escreveu uma carta ao Supremo falando em suicídio.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

LEIA MAIS – Lobista de MT é preso em operação da PF que apura venda de sentenças

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi favorável ao pedido do lobista para ser transferido, mas não para o regime domiciliar, como ele queria. Zanin atendeu a manifestação da PGR e mandou que o preso fosse transferido para o sistema federal.

“Sua transferência para penitenciária federal, dentre as localizadas em Brasília, Porto Velho, Mossoró, Campo Grande e Catanduvas, é medida passível de garantir sua segurança”, destacou Paulo Gonet, procurador-geral da República, em sua manifestação.

Na PCE, onde estava desde novembro do ano passado, Andresson ficava em uma cela isolada, como é o tratamento para presos de alta periculosidade. Ele alega que as condições do cárcere eram insalubres.

LEIA MAIS – Afastados desde agosto, desembargadores continuam recebendo salários que passam de R$40 mil

Conforme a reportagem do UOL, o lobista escreveu, em 7 de fevereiro, uma carta ao ministro Zanin em que afirmou passar pelos “piores traumas que alguém pode passar” e por três vezes afirmou que pensava em se matar. O documento não convenceu os ministros da Primeira Turma do STF, que, por unanimidade, decidiram mantê-lo preso em julgamento concluído em 21 de fevereiro.

O suposto esquema de venda de sentenças veio à tona após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em 2023.

Para elucidar o crime, policiais recolheram o telefone da vítima. O conteúdo foi extraído e revelou indícios de um esquema audacioso de venda de decisões judiciais em que os “clientes” sabiam com antecedência até as vírgulas das decisões. Além disso, foi estabelecido uma conexão entre Zampieri, desembargadores de tribunais estaduais e ministros do STJ, tendo Andresson como elo.

O material foi remetido ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que permanecem fora dos cargos.

FONTE : ReporterMT

Ouvir Band FM

--:--
--:--
  • cover
    Band FM 99.3

LEIA MAIS