16 de março de 2025 - 8:39

Por telefone, Rússia pede para que EUA suspendam ataques aos Houthis


Ministro russo Sergey Lavrov conversou com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Segundo ele, é necessário diálogo para evitar derramamento de sangue. Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou neste domingo (16) que conversou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para pedir que os norte-americanos suspendam imediatamente os ataques ao grupo rebelde Houthis.
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Lavrov e Rubio conversaram por telefone. O ministro russo declarou que seria importante para todas as partes se envolverem em um diálogo para encontrar uma solução que evite mais “derramamento de sangue”.
Os Houthis são aliados do Irã, que, por sua vez, é parceiro da Rússia. O governo russo e os Estados Unidos se aproximaram nas últimas semanas, principalmente para discutir um acordo de cessar-fogo na guerra que envolve a Ucrânia.
No sábado (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou uma operação em larga escala contra os Houthis. Militares americanos bombardearam alvos do grupo rebelde no Iêmen. Pelo menos 31 pessoas morreram e 101 ficaram feridas, segundo a agência Reuters.
O gabinete político dos Houthis acusou os Estados Unidos de cometer um “crime de guerra” e disse que estava preparado para responder à “escalada com escalada” — indicando que intensificaria o conflito.
Logo após os ataques, uma autoridade dos EUA afirmou à Reuters que a operação militar lançada pelos americanos no Iêmen poderia durar dias e, talvez, semanas.
A ofensiva aconteceu após o grupo anunciar planos de retomar ataques contra navios israelenses, que haviam sido suspensos com o cessar-fogo na Faixa de Gaza. A Casa Branca afirmou que Trump ordenou a operação para defender ativos marítimos dos EUA e impedir ameaças terroristas.
Em uma rede social, Trump acusou os Houthis de conduzirem “uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e seus navios, aeronaves e drones”.
“O ataque Houthi a embarcações americanas não será tolerado. Usaremos força letal esmagadora até atingirmos nosso objetivo”, escreveu. Se os ataques continuarem, “o inferno vai cair sobre vocês como nada que vocês já viram antes”.
Desde novembro de 2023, os Houthis realizaram mais de 100 ataques contra navios que cruzavam principalmente a região do Mar Vermelho. O grupo afirma que essas ações são uma forma de solidariedade aos palestinos na guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
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Sergey Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia
REUTERS/Florion Goga/File Photo
Quem são os Houthis?
Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.
A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003.
Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.
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Fonte: G1

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