11 de março de 2025 - 13:41

Juiz mantém júri de médico e fazendeira por tentativa de chacina em Peixoto de Azevedo

KARINE ARRUDA

DO REPÓRTERMT

O juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, manteve o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, a empresária Inês Gemilaki (mãe de Bruno) e e Eder Gonçalves Rodrigues (cunhado de Inês), obrigados a serem julgados no Tribunal do Júri. O trio responderá pela tentativa de chacina ocorrida em Peixoto de Azevedo (a 673 km de Cuiabá), em abril de 2024.

Na decisão, proferida na última quinta-feira (6), o magistrado determinou que os acusados sejam julgados pelos homicídios qualificados dos idosos Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo, além das tentativas de homicídio contra outras vítimas, entre elas o garimpeiro Enerci Afonso Lavall, que seria o verdadeiro alvo do trio, devido a um dívida entre ele e Inês.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Leia mais – Fazendeira e médico vão a júri popular por tentativa de chacina

A denúncia contra Bruno, Eder e Inês foi feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) e recebida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em maio do ano passado, quando foi proferida a sentença de pronúncia determinando que os réus sejam submetidos ao Tribunal do Júri. Contudo, após o andamento do processo, a defesa dos acusados ajuizou recursos contra essa decisão.

Bruno e Inês pediram o afastamento da qualificadora de motivação fútil ao crime praticado contra Erneci, sob a justificativa de que a suposta dívida que ele cobrava de Inês já havia sido julgada improcedente em agosto de 2023. Porém, na decisão, o juiz considerou que, mesmo improcedente, a suposta dívida teria sido sim a motivação do crime e que a qualificadora de motivo fútil deve ser analisada pelo Conselho de Sentença.

Leia mais – Ministro do STJ mantém prisão de médico que ajudou mãe a matar duas pessoas

“Embora a vítima tenha afirmado perante a Autoridade Judiciária que se utilizou de meios extrajudiciais para receber aluguéis em atraso e danos à propriedade da vítima, fato é que o crime foi motivado por referida dívida. Houve, pois, a cobrança da dívida e o que motivou o crime praticado teoricamente em face de Enerci foi referida cobrança”, diz trecho do documento.

Além disso, as defesas de Bruno e Inês também pediram a absolvição sumária do crime de homicídio qualificado contra Enerci, já que não houve eficácia no meio utilizado pelos acusados que resultasse na morte do garimpeiro. Nesse ponto, o magistrado entendeu que os réus agiram com a intenção de matar a vítima, mesmo que o assassinato não tenha se concretizado por conta da arma de Inês ter ficado sem munição.

Leia mais – Defesa mostra prints e áudios com supostas ameaças ordenadas por garimpeiro contra fazendeira que matou dois em Peixoto

“Por sua vez, a sentença de pronúncia foi bastante clara no sentido de reconhecer coautoria de Inês quanto ao crime praticado por Bruno. Isto é, embora a autoria de Inês seja impossível (por ineficácia absoluta do meio), sua coautoria com relação a Bruno é possível, porquanto este realizou disparos de calibre 12 direcionados a Enerci”, pontuou o magistrado.

Por fim, o juiz manteve a sentença de pronúncia para que sejam julgados no Tribunal do Júri e reforçou que os réus agiram conscientes de seus atos.

O crime

No dia 21 de abril do ano passado, Bruno e Inês invadiram a residência do garimpeiro Enerci, em Peixoto de Azevedo, e dispararam contra as pessoas que estavam confraternizando no local. Enquanto o crime acontecia, o cunhado de Inês, Éder Gonçalves, esperava a dupla em uma caminhonete Ford Ranger, do lado de fora da casa.

Imagens capturadas por câmeras de segurança registraram o momento em que as vítimas escutaram os tiros e tentaram se proteger correndo e se jogando no chão. Em seguida, Inês atira contra os idosos Pilson Pereira da Cruz, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 anos, que morreram no local.

Leia mais – Mãe e filho queriam matar garimpeiro por cobrança de R$ 60 mil de aluguel

Uma das linhas de investigação do crime, mostrada pelo na época do ocorrido, é que o garimpeiro Enerci, conhecido como “Polaco”, estaria insistindo para que a assassina pagasse a ele uma dívida de aluguel deixada por ela em um dos imóveis alugados por Enerci.

As investigações apontam que Inês foi inquilina de Enerci por mais de um ano. Ao entregar a casa, ela teria deixado dívida de aluguel, além de câmeras quebradas e outras avarias. Ela não teria aceitado quitar a dívida e ele a colocou na Justiça.

FONTE : ReporterMT

Ouvir Band FM

--:--
--:--
  • cover
    Band FM 99.3

LEIA MAIS