6 de março de 2025 - 12:12

Perseguição aos cristãos: mulheres são mais vulneráveis e intolerância aumenta

Ao redor do mundo, a perseguição aos cristãos continua a ser uma realidade persistente e amplamente ignorada. Desde os tempos da Igreja Primitiva, os seguidores de Cristo enfrentam formas diversas de hostilidade, com as mulheres ocupando uma posição ainda mais vulnerável neste cenário de sofrimento e opressão.

Neste mês dedicado às mulheres, a Comunhão destaca a dura realidade vivida pelas cristãs, que, por sua fé em Jesus, são silenciadas, agredidas e marginalizadas.

De acordo com o relatório da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2025, da Missão Portas Abertas, cerca de 54.780 mulheres cristãs foram vítimas de violência física e psicológica, marcando um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Esses números refletem também a constante ameaça de morte enfrentada por muitas dessas mulheres.

Contudo, é importante notar que esses dados podem não representar a totalidade da situação, uma vez que a falta de registros adequados dificulta a obtenção de números exatos. Casos de casamento forçado e violência sexual, por exemplo, afetaram 3.944 mulheres em 2025, um aumento em relação aos 3.231 casos registrados no relatório anterior.

Marco Cruz, secretário-geral da Missão Portas Abertas, observa que esse quadro de perseguição é comum em sociedades de maioria muçulmana e também em regiões dominadas por religiões asiáticas, como o hinduísmo e o budismo, onde o nascimento de um indivíduo é geralmente associado à religião dominante.

Pressão ainda maior

Segundo Cruz, as mulheres convertidas ao cristianismo enfrentam uma pressão ainda mais intensa, sendo forçadas a se casar com membros de religiões locais ou até mesmo revertendo sua fé sob ameaça de violência. “Quando um casamento cristão envolve filhos, a mulher pode ser expulsa de casa, sem direitos sobre a guarda ou até mesmo sem contato com os filhos, ficando desprovida de meios para sustentar a si mesma”, acrescenta Cruz.

Além da violência física e psicológica, as mulheres cristãs também estão expostas a abusos sexuais em muitas dessas sociedades, onde, em diversos casos, o corpo feminino é tratado como propriedade do marido, tornando-a ainda mais vulnerável.

Cruz também alerta para a crescente perseguição digital enfrentada por essas mulheres, que são privadas de acesso à internet e outras formas de comunicação, tendo suas possibilidades de sustento limitadas por leis discriminatórias.

No contexto de países como Bangladesh e as nações do Norte da África, a situação se agrava ainda mais. Em Bangladesh, as mulheres cristãs são sujeitas à rejeição familiar, ao isolamento social e à discriminação de gênero, o que torna ainda mais difícil a prática de sua fé.

No Norte da África, a severa perseguição é intensificada por restrições culturais, sociais e legais, levando muitas mulheres a enfrentar rejeição e abuso por parte de suas famílias e comunidades devido à sua conversão ao cristianismo.

“Apesar dos desafios imensos, muitas dessas mulheres permanecem firmes em sua fé, encontrando força em seu compromisso com Cristo”, diz Cruz, ressaltando que a Missão Portas Abertas oferece apoio contínuo a essas mulheres, por meio de programas de aconselhamento, treinamento vocacional e grupos de oração, buscando ajudá-las a superar as dificuldades e a manter sua fé viva.

Viés muçulmano

Em relação a países de maioria muçulmana, o pastor Amauri Oliveira, presidente da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, destaca a situação crítica das mulheres cristãs, muitas das quais são forçadas a se casar com muçulmanos como forma de conter a propagação do cristianismo.

Ele aponta que, em países como Paquistão e Afeganistão, caso a família de uma cristã recuse um pedido de casamento feito por um muçulmano, as jovens podem ser alvo de ataques violentos, como queimaduras com ácido.

O pastor ainda relata que muitas dessas mulheres acabam sendo sequestradas e forçadas à prostituição, com a justificativa de que devem manter sua fé no Islã. “É uma realidade cruel, onde o cristianismo é associado à escravidão e violência”, conclui Amauri, destacando também o trabalho vital das agências missionárias que buscam resgatar essas mulheres, adquirindo sua liberdade e restaurando sua dignidade, através do Evangelho.

Assim, a importância do apoio contínuo a essas cristãs perseguidas é evidente. Organizações como a Missão Portas Abertas desempenham um papel crucial, não apenas na assistência prática e espiritual, mas também no fortalecimento da comunidade cristã global, que deve continuar a se unir em oração e ação em favor dessas mulheres valentes que, mesmo diante de tanto sofrimento, seguem firmes em sua fé em Cristo.

FONTE : Gospel Mais

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