“Membros do serviço que tenham um diagnóstico atual, histórico ou que apresentem sintomas compatíveis com disforia de gênero serão processados para o afastamento do serviço militar”, segundo memorando. Militares do Exército americano
Maya Alleruzzo / AP
Os Estados Unidos começarão a remover soldados transgêneros do Exército nos próximos 30 dias, anunciou o Pentágono nesta quarta-feira (26).
“Membros do serviço que tenham um diagnóstico atual, histórico ou que apresentem sintomas compatíveis com disforia de gênero serão processados para o afastamento do serviço militar”, segundo o memorando.
O memorando foi divulgado como parte de uma ação judicial contra o decreto assinado pelo presidente Donald Trump no dia 27 de janeiro, uma semana após sua posse, que proibia a entrada de indivíduos transgênero nas Forças Armadas e a realização ou facilitação de procedimentos associados à transição de gênero para seus membros do serviço.
“Para garantir que vamos ter a força de combate mais letal do mundo, eliminaremos a ideologia transgênero de nossas Forças Armadas”, afirmou Trump a congressistas ao assinar o decreto.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Segundo o Pentágono, os militares transgêneros podem recorrer e a avaliação será caso a caso. Isenções seriam concedidas somente “desde que haja um interesse governamental convincente em manter o militar que apoia diretamente as capacidades de combate” e que o militar “demonstre 36 meses consecutivos de estabilidade no sexo do militar sem sofrimento clinicamente significativo”.
“É política do Governo dos Estados Unidos estabelecer altos padrões de prontidão, letalidade, coesão, honestidade, humildade, uniformidade e integridade dos militares. Esta política é inconsistente com as restrições médicas, cirúrgicas e de saúde mental de indivíduos com disforia de gênero ou que tenham um diagnóstico atual ou histórico de disforia de gênero, ou que apresentem sintomas consistentes com ela”, afirma o comunicado.
Esta é mais uma ação do governo Trump que atende promessas da campanha republicana contra o que seus eleitores chamam de ideologia de gênero.
Na semana que tomou posse, o presidente Donald Trump tomou uma série de medidas que impactam diretamente a população trans dos Estados Unidos.
No dia 28 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva para restringir transições de gênero para menores de 19 anos. Na prática, a ordem corta o envio de recursos federais que garantiam assistência médica para procedimentos de afirmação de gênero para qualquer pessoa com menos de 19 anos.
“É política dos Estados Unidos não financiar, patrocinar, promover, auxiliar ou apoiar a chamada ‘transição’ de uma criança de um sexo para outro, e aplicará rigorosamente todas as leis que proíbam ou limitem esses procedimentos destrutivos e que alteram a vida”, diz a ordem.
Anteriormente, o republicano proibiu a presença de mulheres trans em prisões femininas. A ação foi criticada por especialistas, já que dados do próprio governo mostram que pessoas trans têm dez vezes mais probabilidade de sofrerem crimes sexuais dentro da cadeia.
Trump determina que mulheres trans presas cumpram pena em prisões para homens
Antes de assumir o governo, Trump disse que iria “deter a loucura transgênero” nos Estados Unidos.
Logo após a posse, o presidente assinou uma ordem determinando que os Estados Unidos tenham apenas os gêneros masculino e feminino, além de encerrar programas de diversidade nos órgãos federais.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
source
Fonte: G1