21 de fevereiro de 2025 - 23:39

Quem é Tate McRae, que foi da tristeza de Billie Eilish ao pop sexy de Britney Spears

Vestida com uma minissaia, um corset e um sutiã rendado à mostra, a cantora loira sensualiza enquanto executa passos sincronizados com outras dançarinas em andaimes de construção. Poderia ser um clipe de Britney Spears ou Christina Aguilera, mas trata-se do videoclipe de “It’s Ok I’m Ok”, lançado pela canadense Tate McRae.

Artista da geração Z, McRae explodiu no TikTok há dois anos com a música “Greedy”, que a levou ao terceiro lugar da lista de mais ouvidas na Billboard Hot 100, principal parada musical dos Estados Unidos. Hoje aos 21 anos, a cantora e compositora de voz anasalada e melódica é tida na indústria como uma popstar em ascensão.

É, portanto, um dos nomes mais quentes da próxima edição do Lollapalooza no Brasil —McRae faz show no sábado, 29 de março, mesmo dia em que Shawn Mendes e Alanis Morissette. Será a sua primeira apresentação no país.

Loira, e dona de uma estética dançante e sensual, McRae logo começou a ouvir que parecia Britney Spears. Seu nome, inclusive, chegou a ser um dos mais cotados para interpretar a cantora no seu vindouro filme biográfico. “Para mim isso é elogio, a Britney é icônica”, diz McRae por vídeo.

McRae resgata ainda outro ponto importante da música pop dos anos 2000, presente na carreira não só de Spears, como também das Pussycat Dolls —os videoclipes. Registros visuais superelaborados vinham sendo deixados de lado nos últimos anos, quando os artistas passaram a se preocupar mais com os plays que as faixas de áudio conseguiam alcançar em plataformas de streaming como o Spotify.

Tate, por sua vez, diz valorizar o aspecto visual. “Gosto de pensar nos clipes, nas roupas e na forma como interpreto minhas músicas. Essa é uma das minhas partes favoritas do processo de fazer música.”

Mas quem hoje a vê confiante, exibindo as pernas em saias curtas, pode não imaginar que, há cinco anos, quando estreou com o EP “All the Things I Never Said”, ela era adepta da estética melancólica que lançou todo um movimento de divas pop introspectivas.

Suas canções eram emotivas e contemplativas, e seu visual incluía calças largas à la Billie Eilish –que, aliás, compôs a música principal dessa fase de McRae, “Tear Myself Apart”. Era um cenário dominado por artistas que cantam sobre desilusões amorosas e sentimentos intensos, como Olivia Rodrigo, Phoebe Bridgers e Clairo.

Só depois de abandonar essa persona introspectiva que McRae conseguiu ser abraçada pelo público.

Para ela, essa mudança foi um processo natural —ir das baladas compostas no piano às batidas mais vibrantes. Além disso, ela diz, agora é mais divertido dançar nos seus shows. “É o que faz meu corpo querer se mexer.”

Dança é parte essencial da trajetória de McRae. Ela começou aos seis anos e, aos 13, integrou o elenco da 13ª temporada do reality show “So You Think You Can Dance”. À época criou um canal no YouTube com vídeos de coreografias e até se apresentou com Justin Bieber na turnê “Purpose Tour” em 2016.

Suas danças elaboradas marcam presença tanto nos videoclipes quanto nos shows, fazendo com que as músicas ganhem um apelo sensual.

No clipe de “It’s Ok I’m Ok”, ela é detida por policiais, nua, com uma tarja preta em cima do peito. Em “Exes”, ela dança suada em um rodeio, e no vídeo de “Sports Car”, sensualiza em diferentes cenários.

Nesse sentido, McRae vive um dilema entre sensualizar por vontade própria e ceder à sexualização da indústria. “Isso acontece com toda mulher que entra no mercado da música. Vi acontecer com minhas artistas favoritas, e já conversei sobre isso com outras cantoras”, afirma.

Para ela, mais importante é se sentir bem com suas escolhas. Ao mesmo tempo, diz ter pensamentos conflitantes: “A arte deve ser assim. Você precisa se desafiar, fazer coisas que às vezes te fazem sentir diferente de si mesma e incorporar personagens. Julgamento e controvérsia sempre existirão na internet.”

McRae lança nesta sexta-feira, 21, seu novo álbum “So Close To What”. A fórmula segue semelhante à do disco anterior, “Think Later”, com faixas dançantes, prontas para viralizar com dancinhas nas redes.

Mas o álbum também tem momentos introspectivos, que lembra a McRae das antigas. “Chega um ponto em que a gente tem uma epifania e sente vontade de voltar a se expressar com tristeza e dor”, ela diz.

noticia por : UOL

Ouvir Band FM

--:--
--:--
  • cover
    Band FM 99.3

LEIA MAIS