Com todo esse fuzuê, o principal índice da Bolsa de Valores da Argentina caiu quase 6% nesta segunda (18).
Há envolvidos no lançamento que afirmaram ter assessorado Milei para o desenvolvimento de criptomoedas – o presidente é entusiasta do tema. Antes mesmo de assumir o cargo, quando deputado, ele já promovia moedas de caráter duvidoso.
Agora a Justiça vai analisar se ele pode ser responsabilizado por fraude, associação ilícita e descumprimento dos deveres como servidor públicos, entre outros crimes. A oposição pede impeachment, o que é difícil. Mas o “criptogate” deve tirar votos de sua base nas eleições legislativas de meio de mandato, em outubro, o que dificultaria bastante seu governo.
Diante do caos, Milei seguiu a cartilha de governantes da ultradireita, terceirizando responsabilidades. “Eu não promovi, apenas divulguei”, afirmou em uma entrevista a uma TV (é só tirar “criptomoeda” e colocar “cloroquina” que o discurso parece o que ouvimos no Brasil durante a pandemia). Disse que foi enganado por terceiros e agiu de boa-fé.
E apesar de ser fã de criptos e atuar para que elas aumentem sua participação na economia do seu país, não corou ao compará-las a jogos de azar: “Se você vai ao cassino e perde dinheiro, qual é a reclamação, se você sabia que tinha essas características?” Traduzindo a arrogância: a culpa é das vítimas que acreditaram na sua recomendação.
Seus aliados saíram em sua defesa, dizendo que o cidadão Milei tem liberdade de expressão – como se isso incluísse o direito de promover moedas fajutas e sai ileso com isso. Fica parecendo que ele se diz libertário porque defende uma “liberdade para enganar trouxa”.
noticia por : UOL