21 de fevereiro de 2025 - 23:44

'Eu sabia que ela era má', diz sogra de mulher suspeita de envenenar bolo no RS

A sogra da mulher que, segundo a polícia, colocou arsênio na farinha de trigo usada para fazer um bolo que envenenou a própria família, afirmou que sua nora era má, mas que não imaginava uma situação como essa.

“Eu sabia que ela era má, ela ficava com raiva por muito pouca coisa. Mas nunca que fosse chegar a um nível desses”, disse Zeli Teresinha dos Anjos, 61, ao programa Fantástico, referindo-se a Deise Moura dos Anjos, 42, apontada pela polícia como responsável pelo envenenamento.

O caso do bolo envenenado ocorreu na cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, na véspera do Natal do ano passado. Três pessoas da família de Diego dos Anjos, marido de Deise, morreram após comer o alimento. Foram elas: Neuza Denise da Silva dos Anjos, 65, e Maida Berenice Flores da Silva, 58, irmãs de Zeli; e Tatiana Denise Silva dos Santos, 43.

Zeli também chegou a ficar internada após consumir o quitute, um bolo de reis, que era uma tradição familiar e Zeli o fazia há 40 anos, segundo disse ao Fantástico.

O marido de Maida e o filho de Tatiana sobreviveram.

O sogro de Deise, Paulo dos Anjos, morreu em setembro por uma suposta intoxicação alimentar. Segundo o programa, a polícia aponta que Deise teria misturado arsênio a leite em pó que levou para os sogros. Zeli e o marido passaram mal após tomarem café com leite. A situação levantou suspeita e levou à exumação do corpo, no qual também foi encontrado arsênio.

“Eu não tenho nem pena, nem raiva, nem ódio, nem sei que tipo de sentimento. Mas, quando eu penso que ela tirou as quatro pessoas mais importantes da minha vida…”, disse Zeli.

Na quinta-feira (13), Deise, que estava presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro, foi encontrada morta na cela da prisão na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Ela havia sido transferida de Torres para a essa unidade prisional por questão de segurança.

Presa, Deise havia escrito em uma camiseta que não era assassina. Segundo o seu advogado, ela sofria de depressão. “Com o cárcere e com o isolamento, que era necessário até em razão de uma integridade física, isso se agrava. Por isso que a defesa, desde o início, fez requerimentos de laudos médicos frente à necessidade dela ter um tratamento”, afirmou ao Fantástico o advogado Cassyus Pontes.

Em nota enviada ao progama, a Polícia Penal do Rio Grande do Sul diz que Deise passou por atendimento psicológico e que tinha comportamento estável.

Indícios de crime

A polícia afirmar ter achado resquícios de arsênio na farinha usada para fazer o bolo e notas de compra de da substância em um celular de Deise que foi apreendido.

O envenenamento teria sido motivado por desavenças familiares. Deise não gostava da sogra Zeli, disse ao Fantástico o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso.

“Todos os depoimentos foram no sentido de um certo ódio que a investigada tinha pela sua própria sogra. Ela mesma, espontaneamente, disse que o apelido da sogra era ‘naja’, seguido de uma leve risada depois.”

Segundo a polícia, constava no histórico de pesquisas na internet de Deise buscas por 18 substâncias tóxicas, entre as quais o arsênio. Também teriam identificado busca por “veneno para o coração” e “veneno para matar humanos”.

O delegado afirmou que também houve uma busca por “o veneno mais mortal do mundo”.

A polícia também investiga a morte de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, ocorrida em 2020, aos 67 anos, que na época foi atribuída à cirrose.

noticia por : UOL

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