13 de fevereiro de 2025 - 11:59

Rick Warren criticado após dizer que crucificação de Jesus foi gesto político

Rick Warren, fundador e ex-pastor sênior da Igreja Saddleback, foi alvo de críticas nas redes sociais após sugerir que Jesus Cristo seria um centrista político nos dias atuais.

A declaração, publicada na terça-feira (13) no X, antigo Twitter, faz referência a João 19:18 e destaca que Cristo foi crucificado entre dois ladrões.

“Eles crucificaram Jesus com outros dois — um de cada lado e Jesus no meio. Os caras de ambos os lados eram ladrões. Se você está procurando pelo #verdadeiroJesus, não uma caricatura desfigurada por motivações partidárias, você o encontrará no meio, não em nenhum dos lados”, escreveu Warren.

A declaração gerou reações imediatas entre líderes cristãos, teólogos e comentaristas, que questionaram a interpretação bíblica apresentada pelo autor do livro Uma Vida com Propósitos.

Críticas pesadas

O editor-chefe do Babylon Bee, Joel Berry, ironizou a afirmação de Warren, sugerindo que sua interpretação do texto bíblico foi equivocada.

“Se você vai usar a história de forma tão ruim, você também deveria salientar que o ladrão da direita é aquele que foi para o céu, rs”, escreveu Berry.

Justin Peters, pastor e líder de um ministério internacional de pregação expositiva, também criticou Warren, classificando sua abordagem como teologicamente irresponsável.

“Isso é, infelizmente, típico da abordagem de Rick Warren às Escrituras. Isso teria sido ridicularizado pela hermenêutica bíblica no primeiro dia. A hermenêutica básica dita que você se esforce pela intenção autoral, e esse definitivamente NÃO é o ponto que o autor estava levantando. Isso não é apenas embaraçoso, é imperdoável”, afirmou Peters.

Aaron Edwards, professor de teologia no Cliff College, na Inglaterra, demitido em 2023 após um posicionamento contrário à homossexualidade, acusou Warren de apresentar uma versão distorcida de Jesus.

“Seu Jesus parece mais um moderado morno à sua imagem”, criticou Edwards.

Ryan Visconti, pastor da Generation Church, no Arizona, argumentou que a busca por uma posição “no meio” não é mais viável diante dos debates políticos contemporâneos.

“Como alguém poderia estar ‘no meio’ em aborto, mutilação de genitais infantis, homossexualidade, fronteiras abertas, DEI, CRT, etc? Não há meio termo entre o mal e a retidão. Você está errado, pastor Rick. Sua abordagem fazia sentido em 1990, mas não hoje”, escreveu Visconti.

O autor e apresentador de podcast Eric Metaxas reforçou essa crítica, alegando que certas questões não permitem neutralidade.

“O que isso significa? Estaremos ‘no meio’ quando se trata de nos posicionar contra matar bebês ou mutilar crianças ou corrupção em nosso próprio governo? Há um momento para sermos ousados como leões contra o mal! Isso não é ‘partidário’. É a vontade do Senhor”, declarou Metaxas.

Outros líderes reagem

A advogada Jenna Ellis afirmou que Warren deveria “ter vergonha de se chamar de pastor”. Em resposta, a repórter do Daily Wire Megan Basham expressou espanto com a declaração de Warren.

“É tão ruim que meu queixo está no chão”, escreveu Basham.

Basham, que investiga a influência de interesses progressistas na igreja americana, sugeriu que a popularidade de Warren contribuiu para sua fragilidade teológica.

“O fato de este ser o pastor de quem milhões de americanos encontraram orientação espiritual durante anos explica muito sobre o estado da nossa teologia”, disse ela.

William Wolfe, diretor executivo do Centro de Liderança Batista, afirmou que as recentes declarações de Warren justificam sua expulsão da Convenção Batista do Sul.

“Com cada postagem, Rick Warren prova a sabedoria dos batistas do sul em expulsá-lo”, escreveu Wolfe.

Contexto

A Convenção Batista do Sul confirmou, em 2023, a remoção da Igreja Saddleback da denominação por ter permitido que uma mulher atuasse como pastora docente, contrariando as diretrizes da organização. Durante o processo, Warren tentou reverter a decisão, sem sucesso.

Além de sua trajetória na igreja, Warren mantém influência no cenário global. Um site dedicado ao seu best-seller destaca sua participação no Conselho de Relações Exteriores e no Conselho do Pacífico sobre Política Internacional, além de suas palestras em eventos como o Fórum Econômico Mundial.

As recentes críticas reforçam o debate dentro da comunidade evangélica sobre a interseção entre teologia e política, destacando divergências sobre a aplicação das Escrituras em questões contemporâneas.

FONTE : Gospel Mais

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