Entidades alegam questões burocráticas. A APA e a RNA afirmaram ao UOL que tiveram problemas na prestação de contas no site transfere.gov, que controla o repasse dos recursos. Já a Mãe Terra informou que uma de suas cozinhas conveniadas é suspeita de irregularidades no cadastramento dos beneficiários. Todas garantem, porém, que entregam as refeições normalmente.
O Cozinha Solidária tem convênio com 21 entidades, que gerenciam um total de 384 cozinhas pelo país. O programa foi criado por lei em julho de 2023, mas os recursos só começaram a ser pagos em dezembro do ano passado, após a seleção das organizações por meio de edital. Hoje, segundo o governo, o programa atende cerca de 13 milhões de pessoas.
O valor total previsto para o programa é de R$ 30 milhões. De acordo com o governo, ele cobre o valor de R$ 2,40 por refeição ofertada. Além da compra de alimentos, as cozinhas podem usar a verba para trocar ou reformar equipamentos e remunerar funcionários, por exemplo.
Oposição usou as suspeitas para atacar o governo. Na última terça-feira (11), deputados do PL e de partidos aliados levaram quentinhas vazias à tribuna da Câmara e citaram a reportagem do jornal O Globo. “A quentinha que deveria estar alimentando o pobre de São Paulo simplesmente não foi entregue”, disse o deputado Paulo Bilynsyj (PL-SP).
Entidade suspeita foi vitrine do programa
A Mover Helipa, alvo de investigação da PF, foi a principal vitrine do Cozinha Solidária. Em dezembro do ano passado, quando os recursos do programa começaram a ser pagos, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), visitou a sede e exaltou o trabalho da entidade, que também oferece cursos de gastronomia à comunidade de Heliópolis.
noticia por : UOL