Cunhada do ex-presidente José Sarney, a desembargadora Nelma Sarney teve, segundo a PF, uma participação “determinante para o sucesso da empreitada criminosa”. Procurados, a desembargadora e o ex-presidente não se manifestaram.
A investigação da Operação 18 Minutos se debruçou sobre a expedição de alvarás judiciais que resultaram no levantamento de quase R$ 18 milhões do Banco do Nordeste para o pagamento de honorários advocatícios. Segundo a PF, desembargadores, juízes e advogados montaram um esquema para liberar os pagamentos e dividir o dinheiro.
O nome da operação faz referência ao fato de que, após uma das ordens judiciais investigadas ter sido expedida – determinando a liberação do dinheiro – apenas 18 minutos se passaram até que os investigados sacassem o valor.
O primeiro alvará suspeito foi expedido em 2015. Na época, Nelma Sarney era corregedora do TJ do Maranhão. Ela editou cinco portarias, no intervalo de um mês, determinando a redistribuição da ação contra o banco, até que o processo chegasse às mãos da juíza Alice de Sousa Rocha, também indiciada pela PF.
“Desse modo, considerando a participação fundamental da juíza Alice Rocha na expedição do alvará fraudulento de R$ 14 milhões em outubro de 2015, entende-se como crucial a atuação da desembargadora Nelma Sarney para que a empreitada criminosa fosse exitosa”, afirma a PF no relatório.
O celular da desembargadora foi apreendido em agosto do ano passado, durante buscas da Operação 18 Minutos. A PF localizou conversas entre Nelma Sarney e o genro, o ex-deputado federal Edilázio Júnior, que também foi indiciado. As mensagens de WhatsApp indicam que ele tinha influência direta nas decisões da magistrada. Ele é apontado como “operador” do suposto esquema.
noticia por : UOL