Todos os mercados de aves vivas na cidade de Nova York e em vários condados próximos devem fechar temporariamente na esperança de conter a propagação da gripe aviária, que foi detectada em alguns dos mercados na semana passada, anunciou a governadora Kathy Hochul na sexta-feira (7).

A ordem, que veio do Departamento de Agricultura e Mercados do estado, afeta cerca de 80 mercados de aves vivas na cidade e nos condados de Westchester, Nassau e Suffolk. Sete casos de gripe aviária foram detectados em mercados nos bairros de Queens, Bronx e Brooklyn.

Os locais com casos confirmados devem se livrar de seu estoque, enquanto aqueles onde a gripe aviária não foi detectada têm três dias para vender ou descartar todo o seu estoque. Todos os mercados devem então ser limpos e desinfetados antes de fechar por pelo menos cinco dias.

“Proteger a saúde pública é uma questão de ser proativo”, disse Hochul em um comunicado, acrescentando que continuaria a tomar essas medidas sensatas e ponderadas para tentar impedir a propagação do vírus.

Em resposta aos casos de gripe aviária em Nova York, operadores de mercados de aves vivas em Nova Jersey foram solicitados a limpar e desinfetar voluntariamente seus mercados e equipamentos assim que seu estoque atual acabar e, em seguida, fechar por três a quatro dias antes de reabrir com aves vivas, disse um porta-voz do Departamento de Agricultura do estado na sexta.

Não houve casos de gripe aviária em aves domésticas, incluindo em mercados vivos e em criações de quintal, em Nova Jersey no ano passado e não houve nenhum até agora este ano, de acordo com o Departamento de Agricultura.

H5N1, uma forma de gripe aviária, afetou mais de 156 milhões de aves comerciais, de quintal e selvagens nos Estados Unidos desde 2022.

James McDonald, o comissário de saúde do estado, disse em um comunicado que a gripe aviária não representava uma ameaça imediata à saúde pública e que não havia casos conhecidos de gripe aviária em nova-iorquinos. Pessoas que interagem regularmente com gado e aves selvagens devem usar equipamentos de proteção pessoal ao entrar em contato com eles, ele acrescentou.

Michelle Morse, a comissária interina do Departamento de Saúde da cidade, disse em um comunicado na sexta-feira que o risco aumentaria se o vírus desenvolvesse a capacidade de se transmitir entre pessoas. O departamento estava trabalhando com o estado para garantir que as pessoas que trabalham em mercados vivos fossem informadas e recebessem tratamento se desenvolvessem sintomas.

Ainda assim, alguns acreditavam que a ordem do estado na sexta não foi o suficiente.

“Embora eu esteja feliz que finalmente a governadora esteja acordando para o sério perigo que esses mercados representam para o público, não é suficiente apenas fechá-los por uma semana”, diz Edita Birnkrant, diretora executiva da New Yorkers for Clean, Livable and Safe Streets, um grupo de direitos dos animais que documentou o que descreve como as “condições horríveis” nos mercados vivos por vários anos.

Birnkrant afirma que quando os mercados reabrirem, eles ainda receberão milhares de aves e outros animais que estão doentes com gripe aviária e outras doenças.

Linda Rosenthal, uma membro democrata da Assembleia Estadual de Manhattan, diz que os mercados deveriam ser fechados por tempo indeterminado e que foi um erro permitir que alguns deles vendessem suas aves por mais três dias antes de limpar e fechar.

Desde 2019, ela tem repetidamente apresentado um projeto de lei que criaria uma força-tarefa para estudar a segurança dos mercados para determinar se eles deveriam continuar a operar.

“Temos acompanhado todas as violações e inspeções desses mercados, e eles consistentemente recebem violações do Departamento de Agricultura e Mercados por condições imundas, acúmulo de sujeira, sangue por toda parte”, ela diz.

“Não acho que em cinco dias algo possa ser resolvido.”